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Como funcionam as criptomoedas focadas em privacidade?

Ao contrário do que o público leigo ou os recentemente iniciados no mundo das criptomoedas acreditam, o Bitcoin não é anônimo. Um agente especial da divisão anti-lavagem de dinheiro do DEA, órgão norte-americano responsável pelo combate às drogas, recentemente afirmou que as autoridades acham muito mais fácil rastrear transações com criptoativos do que com moedas fiduciárias.

Isso porque a blockchain, regra geral, é uma tecnologia de registros públicos a qual todos possuem acesso. Desta forma, qualquer um é capaz de verificar se fundos foram movidos a partir de uma carteira, bem como para qual carteira a quantia foi direcionada.

Contudo, nem todas as criptomoedas são assim. Existem aquelas focadas em manter a privacidade e anonimato de seus usuários, sendo mais difícil rastrear as transações, quantias e partes envolvidas.

Moedas com foco em privacidade

Criptomoedas focadas em privacidade, por definição, são aquelas que obscurecem criptograficamente a ligação entre uma transação e os endereços de carteira envolvidos. Em um mundo transparente como o dos criptoativos, elas colocam uma cortina para tapar certos dados transacionais.

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Por exemplo, em teoria, toda a transação realizada a partir de uma carteira contém uma assinatura – e é por meio dela que é possível reconhecer as carteiras em uma rede. Ou seja, aquela carteira sempre será reconhecida quando realizar uma transação por conta de sua assinatura.

Contudo, a Monero criou uma alternativa nesse caso. Por meio de um “círculo de assinaturas”, toda vez que uma transação é conduzida na rede Monero, várias assinaturas são feitas em conjunto com a assinatura real, tornando mais difícil reconhecer qual é realmente a carteira. Essa “deturpação” de dados afeta também a informação do montante transacionado, acrescentando mais uma camada de privacidade.

Observando o padrão acima, seria fácil sugerir que basta observar as transações e identificar qual endereço se repete. Porém, não é tão simples. A Monero utiliza ainda um “endereço furtivo”, que é um endereço criado e utilizado apenas uma vez para mascarar o endereço real da carteira. Apenas emissor e recipiente sabem os endereços reais por trás da transação, e ninguém mais.

Embora a Monero tenha sido utilizada de exemplo para elucidar como um projeto pode criar mecanismos de privacidade, ela não é a única com esse foco. A ZCash, talvez a criptomoeda focada em privacidade mais famosa depois da Monero, também conta com seus próprios sistemas.

Ela é a primeira aplicação do algoritmo de consenso zk-SNARKs, que consiste em provar a posse de uma certa informação sem precisar revelá-la. Nesse tipo de algoritmo, duas chaves são utilizadas: uma chave de pagamento é vinculada aos fundos enviados, enquanto a outra é vinculada à chave de pagamento utilizada para buscar os fundos enviados.

Elas funcionam da seguinte forma: uma carteira envia os fundos pela blockchain. O destinatário utiliza sua chave de transmissão para escanear a blockchain e encontrar os fundos enviados a ele, obtendo acesso. Assim como no caso da Monero, apenas as partes envolvidas na transação sabem os endereços corretos, ainda que os meios aplicados sejam diferentes.

A Dash é outra criptomoeda conhecida pelos seus mecanismos de privacidade. Por meio de sua funcionalidade PrivateSend, diversos masternodes são misturados, mantendo os endereços de origem e destino privados. Basicamente, é feita uma “bagunça” para que quem está de fora não consiga obter os endereços com facilidade.

Resumindo, criptomoedas focadas em privacidade têm o objetivo de ocultar as transações para todos aqueles que não fizeram parte dela – diferente do conceito original de blockchain e registros públicos. Ainda que possa ser utilizada de forma ilícita, essa divergência não foi criada com propósitos escusos em mente, sendo apenas uma manifestação da vertente mais libertária das criptomoedas – esta relacionada à privacidade dos seres humanos.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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