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Como a alta da Selic impacta o investimento em Bitcoin no Brasil?

Na quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) resolveu aumentar a taxa básica de juros do Brasil. O aumento foi de 75 pontos-base, o que elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano.

Esta foi a primeira elevação da taxa de juros desde julho de 2015. Ela também foi a maior alta individual nos últimos 10 anos. Contudo, o Banco Central do Brasil (Bacen) sinalizou que pode não ser a última.

Segundo o comunicado do Copom, a expectativa é de que haja um novo aumento na próxima reunião. O objetivo é conter a escalada tanto da inflação quanto da taxa de câmbio.

“Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”, afirmou o Copom.

Corte surpreende mercado

O aumento de 75 pontos-base surpreendeu o mercado, que esperava uma alta de 50 pontos. O economista Fernando Ulrich, um dos principais críticos do Bacen, comemorou a decisão.

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Fernando Ulrich exalta decisão do Bacen em aumentar taxa de juros. Fonte: Twitter

Ulrich tem sido um dos maiores críticos da política de juros altos. Para o economista, a Selic foi reduzida de forma exagerada, causando distorções no câmbio e na inflação.

A inflação, aliás, foi justamente uma das preocupações que o Copom trouxe em seu comunicado. As últimas estimativas projetaram uma inflação de 5%, acima da meta do Bacen (3,57%).

“As projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,0% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 4,50% a.a. neste ano e para 5,50% a.a. em 2022”, afirmou o comunicado.

O próprio Fernando Ulrich adotou a cautela junto com a comemoração. Ele alertou que a situação fiscal brasileira ainda é grave e, portanto, o dólar deve se manter em patamares elevados por algum tempo.

Economista alerta sobre o preço do dólar. Fonte: Fernando Ulrich/Twitter

Impactos no dólar – e no Bitcoin

Mas quais serão os futuros impactos do aumento da Selic?

O primeiro deles deverá ser uma estabilização do câmbio. Como a taxa de juros brasileira cresceu, os investidores receberão mais rendimentos por seus títulos.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros próxima de zero. Com isso, o diferencial entre a taxa brasileira e a norte-americana diminuiu, tornando o nosso país mais atrativo.

Caso haja nova entrada de dólares, a expectativa é de que o preço da moeda estadunidense caia. E com isso, os produtos importados fiquem mais baratos, ajudando a conter a inflação.

Um real mais forte também causa impacto nos investimentos. Por exemplo, o Bitcoin tem a sua cotação atrelada ao dólar. Uma queda de valor do dólar deixaria a criptomoeda mais barata no Brasil.

Não será surpresa se presenciarmos uma queda de preço do Bitcoin nos próximos dias. Caso isso ocorra, pode ser uma boa oportunidade para quem deseja investir.

Entretanto, uma Selic mais alta não torna a renda fixa mais atrativa do que o Bitcoin. Os rendimentos fixos no Brasil teriam apenas 2,75% de rendimento ao ano. Por outro lado, o preço do Bitcoin já se valorizou mais de 100% apenas em 2021.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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