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Com moedas digitais poder geopolítico dos EUA pode estar em risco, afirma JPMorgan

O poder geopolítico dos Estados Unidos da América está correndo um sério risco com as moedas digitais de banco central (CBDC, na sigla em inglês). É o que afirmam os analistas do maior banco dos EUA, o JPMorgan Chase & Co.

A declaração foi dada em um relatório, publicado nesta sexta-feira, dia 22 de maio, pela Bloomberg News. De acordo com o texto, os Estados Unidos devem ficar alertas à medida que a ideia de CBDC começa a ganhar força.

EUA são os que mais perdem com CBDC

O chefe da estratégia de derivativos de taxas de juros dos EUA, Josh Younger, por exemplo, enfatizou que não há país com mais a perder com o potencial perturbador da moeda digital do que os Estados Unidos.

O economista-chefe dos EUA, Michael Feroli, corroborou a afirmação de Younger. Para ele, essa ameaça gira principalmente em torno da hegemonia do dólar americano. “A emissão da moeda de reserva global e do meio de troca para o comércio internacional de mercadorias, bens e serviços traz imensas vantagens”, destacou.

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Embora a preocupação seja crescente, o JPMorgan não vê o dólar ser derrubado como moeda de reserva mundial. Ao menos por enquanto.

Por outro lado, os analistas observaram que aspectos “mais frágeis” da predominância do dólar podem estar em risco. Isso inclui a liquidação comercial e o sistema de transações financeiras SWIFT. Além disso, eles afirmam que, mesmo uma potência alinhada como a União Européia pode querer reduzir a influência dos EUA sobre os sistemas globais de pagamento.

Os analistas referem-se ao uso do SWIFT na imposição de sanções ao regime iraniano, alinhando-se com o governo dos EUA. Essa suspensão do SWIFT foi vista por muitos como uma violação das leis da União Europeia.

Nesse sentido, se um país contornasse o sistema SWIFT e a dominação do dólar, seria muito mais difícil para os EUA cumprir suas sanções e execuções de financiamento ao terrorismo.

Segundo os analistas, oferecer uma solução de pagamentos transfronteiriços com base em um dólar digital “seria um investimento muito modesto para proteger um meio essencial de projetar poder na economia global”. Especialmente se projetado para ser minimamente prejudicial à estrutura do sistema financeiro doméstico, disseram os analistas.

“Para os países de alta renda e os EUA em particular, a moeda digital é um exercício de gerenciamento de riscos geopolíticos.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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