Economia

Com Drex, Banco Central dificulta aceitação da CBDC pela população, diz especialista

O Banco Central (BC) do Brasil lançou oficialmente o Drex, sua própria moeda digital de banco central (CBDC), uma moeda digital do governo desenvolvida para modernizar as transações financeiras.

No entanto, o anúncio levantou questões sobre a aceitação e compreensão do público em relação a essa nova forma de moeda virtual.

O Drex, antes conhecido como Real Digital, é projetado para ser uma moeda digital conversível em reais físicos. Embora seja baseada em blockchain, diferenciando-se das cédulas emitidas pela Casa da Moeda, não se trata de uma criptomoeda, pois mantém um valor fixo, não sujeito a flutuações.

Marcos Bedendo, professor de branding da ESPM-SP, afirma que “a clareza do nome é essencial para a adoção pela população, assim como aconteceu com o Pix”.

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O Pix, serviço de transações eletrônicas, ganhou popularidade devido à sua simplicidade e clareza de nome, indicando ações eletrônicas distintas de outras transações bancárias.

Segundo Bedendo, o nome Drex, uma abreviação complexa de “real digital”, “eletrônico” e “transação”, com a adição do X para “exchange”, parece ter escolhido a criatividade em detrimento da compreensão geral. Bedendo comenta que “ao tentar fazer algo inovador, optou-se pela criatividade do difícil”.

Drex

Apesar de seus recursos inovadores, como ser parte da família Pix, para o especialista, o nome Drex pode criar obstáculos de compreensão e aceitação entre a população.

Fabio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central, afirmou que o nome foi criado com base na inovação e no sucesso do Pix. Contudo, Bedendo destaca que “o time de marketing do BC deveria ter se preocupado menos com a inovação e mais com a população”.

“O uso de um nome mais simples e intuitivo, como Real Digital, poderia facilitar a adoção e compreensão do público em geral, resultando em uma aceitação mais rápida no mercado”, disse.

Ele conclui que, embora o Drex tenha potencial para modernizar o cenário financeiro brasileiro, a escolha do nome pode desempenhar um papel significativo em sua adoção generalizada e eventualmente prejudicar os planos do Banco Central.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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