O recente problema envolvendo a exchange FTX despertou temores sobre um contágio generalizado no mercado. Ou seja, o risco de que outras grandes exchanges enfrentem problemas de liquidez e possam até falir.
Recentemente, até a gigante Coinbase entrou como alvo dessas especulações. No entanto, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, garantiu que sua exchange não é vulnerável ao tipo de consequências sofridas pela FTX.
Depois do colapso da FTX, Armstrong foi até o Twitter para explicar suas visões ao mercado. De acordo com o CEO da Coinbase, o “evento” em torno da FTX parece resultar de práticas de negócios arriscadas. E segundo Armstrong, a Coinbase não se envolve nessas práticas.
A princípio, Armstrong expressou simpatia por todos os envolvidos na situação do FTX, sobretudo quem possa ter perdido dinheiro. Isso porque conforme noticiou o CriptoFácil, a FTX iniciou um bloqueio de saques na terça-feira (9) que preocupou diversos usuários.
O CEO da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), ressaltou que os fundos estão seguros e que a fila de retirada estava retornando a “níveis mais razoáveis”. No entanto, SBF confirmou no dia seguinte que a FTX sofreu uma “crise de liquidez”. Eventualmente, a Binance anunciou um acordo de ajuda com a FTX que envolve a compra da exchange.
“Este evento parece ser o resultado de práticas de negócios arriscadas, incluindo conflitos de interesse entre entidades profundamente interligadas e uso indevido de fundos de clientes (empréstimos de ativos de usuários)”, explicou Armstrong.
Por outro lado, o CEO disse que a Coinbase não opera com os fundos dos clientes. A menos que os clientes solicitem alguma operação, Armstrong disse que a exchange não opera com os fundos.
A exchange esclareceu isso em declarações anteriores, inclusive após a quebra de Celsius, Voyager e Three Arrows Capital (3AC). Essas três empresas entraram em falência depois que a Terra (LUNA) entrou em colapso.
Na ocasião, Armstrong disse que a Coinbase não tinha exposição a essas empresas. Novamente, o CEo disse que a Coinbase não tem exposição à FTX ou seu token (FTT), nem com a Alameda. O preço do FTT caiu 73% nas últimas 24 horas, destruindo valor de quem detinha o token.
Por fim, Armstrong criticou indiretamente a emissão de tokens por parte de exchanges, como o caso do FTT. A Coinbase nunca emitiu um token desse tipo e faz auditoria pública das suas finanças, para garantir aos clientes que seus fundos estão seguros.
No entanto, Armstrong deu uma opinião polêmica sobre outra das causas da FTX. De acordo com o executivo, parte do problema decorre da falta de clareza regulatória sobre as criptomoedas nos Estados Unidos.
Sem isso, Armstrong estimou que 95% do comércio de criptomoedas é desenvolvido no exterior. Essas empresas offshore se envolvem em “práticas de negócios mais opacas e arriscadas”. Armstrong defende que os EUA precisam ter uma regulamentação que proteja os consumidores.
“Devemos continuar trabalhando com os formuladores de políticas para criar uma regulamentação sensata para exchanges e custodiantes centralizados em cada mercado (como temos feito há algum tempo). Mas precisamos ver um campo de jogo nivelado aplicado, o que não aconteceu até hoje”, disse.
A longo prazo, Armstrong disse que o financiamento descentralizado ajudará a mitigar os riscos associados a terceiros confiáveis, pois todas as atividades serão auditáveis publicamente na blockchain.
Infelizmente, as finanças descentralizadas (DeFi) está muito propenso a ataques e falhas. Somente em 2022, usuários de DeFi perderam US$ 3 bilhões em ataques.
Para evitar problemas semelhantes ao da FTX, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse na terça-feira que sua exchange em breve apresentará “prova de reservas”, com o objetivo de oferecer “transparência total” aos clientes.
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