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China controla 65% da hash rate do Bitcoin, aponta relatório

Pelo menos 65% do hash rate da rede Bitcoin está concentrado na China, de acordo com registros do Blockchain.com.

Este número preocupa muitos usuários de Bitcoin que consideram que a blockchain criada por Satoshi Nakamoto não possui uma indústria de mineração suficientemente descentralizada.

A preocupação se intensifica quando levamos em conta que 94% do hash rate do Bitcoin em todo o mundo é processado apenas por pools de mineração na China.

Assim, o gigante asiático é o senhor e mestre deste mercado, e agrupa os mineradores, os pools e os fabricantes de hardwares de mineração.

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Descentralização?

Quanto mais centralizada uma blockchain, mais exposta é a rede a ataques para gerar transações fraudulentas.

Assim, a comunidade de desenvolvedores de criptomoedas decidiu mobilizar suas forças com o objetivo de encontrar uma solução que possa descentralizar a mineração de Bitcoin e distribuir seu hash rate de maneira mais equitativa.

Portanto, este é o conceito do protocolo Stratum V2.

Anunciada no ano passado pela Braiins, empresa responsável pelas operações do Slush Pool, a solução foi apresentada como “uma revolução” no mundo da mineração de Bitcoin.

Stratum V2

Stratum V2 é uma nova versão do atual protocolo de mineração de Bitcoin, cujo nome é Stratum.

A segunda versão busca melhorar o desempenho e a eficácia desse serviço que já está no mercado há mais de sete anos.

O protocolo também incorpora dois sub-protocolos opcionais que redistribuem a maneira como novos trabalhos de mineração são propostos para descentralizar ainda mais o hash rate do Bitcoin.

Com base na proposta BetterHash de Matt Corallo, o novo serviço introduz a possibilidade de cada minerador escolher quais transações eles desejam confirmar em um bloco. E, assim, levar as propostas aos conjuntos para verificação.

Em outras palavras, o protocolo abre um caminho para uma nova maneira de mineração em um grupo, como ocorre nos pools.

Impacto

Para entender o impacto desse novo protocolo, é necessário levar em consideração a operação atual da mineração no Bitcoin.

Atualmente, o processo com o Stratum (V1) é simples: o mineiro se conecta ao seu pool preferido. Então, o pool envia uma atribuição de trabalho, que é um modelo de transações que serão verificadas nesse bloco, juntamente com outros dados essenciais para concluir o processo de mineração.

Com esses dados em mãos, o minerador começa a trabalhar e, se conseguir encontrar a resposta para o bloco, envia a prova de seu trabalho para o pool de mineração. Com isso, o pool valida o trabalho e transmite o bloco encontrado na rede.

Portanto, os mineiros recebem um pagamento proporcional à quantidade de trabalho (ações) que investiram, decifrando esse bloco.

Como podemos ver no protocolo original, são os operadores dos pools que propõem aos mineradores quais transações eles devem confirmar ao enviar um modelo de bloco selecionado anteriormente.

Os mineiros, por outro lado, não podem negociar com o pool os detalhes do referido modelo, mas imediatamente colocam suas máquinas em funcionamento para encontrar a resposta do referido bloco.

Nova Versão

Na nova versão do protocolo, isso pode mudar drasticamente ao permitir que os mineradores negociassem seus trabalhos de mineração.

Para fazer isso, o minerador se conecta ao pool e envia uma solicitação ao nó do pool para trabalhar em um modelo de bloco criado por ele mesmo, onde ele selecionou anteriormente quais transações deseja confirmar.

O pool tem o direito de avaliar as transações para verificar se todas são válidas, bem como verificar se a transação de base de moedas (que possui a recompensa em bloco) está correta.

Assim, se tudo estiver em ordem, o pool aceitará a proposta do modelo, mas se algum desses dados estiver errado, ele poderá ser descartado.

Desta forma, se o mineiro conseguir confirmar esse bloco aceito pelo pool, ele poderá propagar esse bloco sem consultar o operador.

O Stratum V2 introduziria com todas essas mudanças uma revolução no paradigma de mineração em grupo. As mineradoras privadas começariam a ter mais opções na mineração. Enquanto os pools deixariam de concentrar tanto poder sobre a indústria.

Por fim, isso ajudaria bastante a descentralizar o hash rate do Bitcoin.

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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