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Chefe de órgão regulador dos EUA fala das dificuldades para regulação de ETFs de Bitcoin

Chris Giancarlo, presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC, na sigla em inglês), explicou por que o mercado futuro de Bitcoin foi aprovado nos EUA, mas os ETFs não. Ele também compartilhou seus pensamentos sobre o futuro das criptomoedas e como elas podem potencialmente resolver problemas relacionados a moedas em até dois terços dos países do mundo.

De acordo com a agência de notícias Bitcoin News, Giancarlo afirmou que o Bitcoin é considerado um commodity – dentro, portanto, do alcance da CFTC. Os ETFs, no entanto, são títulos sob a jurisdição da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês). Tratam-se de categorias diferentes, com modos de regulação diferentes. Em entrevista à CNBC, Giancarlo explicou a disparidade:

“Somos agências antigas, nossos estatutos foram escritos na década de 1930”, ele começou, acrescentando que as duas agências estão tentando trabalhar com estatutos que foram escritos há quase 100 anos. Ele então falou sobre as diferenças entre a CFTC e a SEC:

“A SEC supervisiona os mercados de formação de capital e tem grande foco no investidor de varejo. Na CFTC, nosso foco é nos mercados de transferência de risco e estamos sempre focados em derivativos, e muito disso é negociação institucional. Então, estamos focados em investimentos institucionais, eles estão focados no varejo.”

Ele ressaltou ainda que a CFTC e a SEC têm “orientações diferentes, histórias diferentes, então chegamos a conclusões por diferentes perspectivas”.

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Foco de regulação e liderança

Giancarlo detalhou qual o foco regulatório atual da CFTC:

“Estamos muito focados nos aspectos de fraude e manipulação dos mercados de criptomoedas no momento.”

Ele então se referiu à recente decisão envolvendo My Big Coin (MBC), que recentemente foi considerada commodity pelo órgão. “Na semana passada, obtemos uma grande vitória no tribunal federal em Boston, certificando nossa autoridade para processar fraudes e manipulações no espaço de criptoativos”, ele descreveu, acrescentando que “temos sido muito ativos nisso”.

Observando que sua agência está se equilibrando entre regulamentação e inovações, o presidente ressaltou o avanço dos Estados Unidos na regulamentação desses instrumentos de investimento:

“São os Estados Unidos que avançaram com os primeiros derivativos de Bitcoin, com futuros de Bitcoin sendo negociados na CME e também opções de e compensação da criptomoeda. Estamos à frente do mundo nisso. Não há dúvida de que os Estados Unidos estão liderando em várias áreas.”

“Criptomoedas vieram para ficar”

Em resposta a uma pergunta sobre onde ele vê o futuro das criptomoedas daqui a dois anos, Giancarlo respondeu taxativamente:

“Eu pessoalmente acho que os criptoativos estão aqui para ficar.”

Embora reconheça que “há um futuro para eles [criptoativos]”, ele também afirmou que “não tenho certeza se eles virão para rivalizar com o dólar ou outras moedas fortes, mas não é todo o mundo que realmente precisa de moedas com funcionalidades que não conseguem encontrar em suas moedas locais”.

Para o horizonte temporal de cerca de dez anos, Giancarlo observou que “existem 140 países no mundo, cada um deles tem uma moeda. Provavelmente, dois terços deles não valem o polímero do papel em que estão escritos. Essas partes do mundo dependem de moedas fortes. O Bitcoin pode resolver alguns dos problemas, seja Bitcoin ou outra criptomoeda”.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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