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CEO da Coinbene diz que chega ao Brasil para olhar oportunidades que outros não tenham percebido

A história da Coinbene no Brasil começou muito antes do próprio surgimento do Bitcoin, isso porque o CEO e cofundador da exchange, hoje uma das maiores do mundo, vive em São Paulo há mais de 14 anos, quando começou a trabalhar para uma empresa chinesa que possuia grandes negócios na América. Aos poucos porém, Feng Bo foi se desligando da empresa e iniciando uma nova jornada por meio das possibilidades da internet, até que, em 2016 se deparou com o Bitcoin e a blockchain, quando se deu conta que ali havia uma nova oportunidade de trabalho, nasceu ali o embrião da Coinbene.

Durante o evento oficial de lançamento da exchange, Bo conversou com o Criptomoedas Fácil e revelou, entre outras coisas, que mesmo a Conibene sendo uma da maiores plataformas no mundo, não foi fácil iniciar a expansão da empresa, mas que estava orgulhoso do trabalho desenvolvido. Bo abordou os planos da corretora e também como ele enxerga o processo de regulamentação no Brasil. Confira:

Criptomoedas Fácil: Porque a Coinbene escolheu o Brasil como primeiro mercado na América do Sul?

Feng Bo: Primeiro porque eu conheço o país, pois moro aqui. Nossa joint venture está selecionando alguns países de uma lista. Temos Brasil, África do Sul, Indonésia, Índia e Malásia (país no qual ja possuem uma empresa). Além disso aqui há uma população muito grande, uma boa economia. Ademais, as pessoas já conhecem o Bitcoin por causa da divulgação que todas as exchanges já vem desenvolvendo e aqui é o centro financeiro de toda a América do Sul.

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CF: A Coinbene pretende expandir para outros países da América do Sul usando o Brasil como trampolim?

FB:  Aqui temos as nossas operações. Nossa estratégia é começar por países que falam português e espanhol. Inclusive já temos uma filial nossa aberta na Argentina. Lá estamos precisando de muitas pessoas. Talvez mais tarde possamos fazer daqui do Brasil nosso centro de operações para toda América Latina, e nos outros países podemos ter, por exemplo, um time de marketing, um time de desenvolvedores, um de relacionamento com finanças e todos os outros assuntos técnicos.

CF: Aqui no Brasil nós temos duas associações de criptomoedas, uma é ABCrypto e a outra é a ABCB. A Coinbene  pretende entrar nessas organizações para trabalharem juntas na regulamentação do ecossistema no Brasil?

FB: Sinceramente falando, eu não estou familiarizado com essas associações. Minha opinião é de que devemos primeiramente fazer o nosso trabalho individualmente. Depois nós pensamos sobre outras coisas. Sei que elas (as associações)  trabalham com Bitcoin, mas não conheço o trabalho delas com relação a blockchain. Somos uma companhia fintech, de blockchain, então não podemos focar apenas em Bitcoin e criptomeodas.

CF:  Quais são os planos globais da Coinbene para 2018 e para os próximos anos?

FB: Eu não estou encarregado de todos os planos globais da empresa, gerencio apenas uma parte do negócio, atualmente na América inteira, na Europa, na Turquia e em alguns outros países. Agora, se considerar tudo, os países asiáticos são os que mais usam nosso serviço atualmente e, nosso plano é seguir a expansão na América do Sul e Latina e, eventualmente, Estados Unidos. É claro que sabemos que haverá dificuldades neste processo.

CF: Temos visto muitas exchanges propondo gateways e soluções de pagamento com cripto, a Coinbene tem planos de desenvolver algo nesse sentido?

FB: Sinceramente falando, não é nosso foco primário. Como você disse, todas essas soluções existentes são necessárias. Inclusive, estão incorporadas em nosso sistema. Nós até cooperamos com algumas empresas de pagamento. Nós temos soluções para isso. Mas estamos tentando explorar outras coisas. Não podemos fazer tudo.

CF: Assim como a Coinbene, a Huobi, uma das maiores do mundo, pretende iniciar operações no Brasil em um mercado que já possui mais de 30 plataformas de exchange. Há mercado para todo mundo?

FB: Muitos do nossos funcionários vem dessas empresas, mas não estamos aqui para lutar com eles. Se lutarmos com eles, perderemos. Bem, globalmente, somos muito maiores que eles. Mas estamos aqui para olhar para oportunidades que talvez eles não tenham percebido. Essas empresas não se parecem muito com empresas de blockchain, estão mais para uma empresa de comércio de bitcoins. Então, em minha opinião, o mercado de Bitcoin está bem aberto. Se alguém pegar um pedaço, restará outro. E se você pensar em Blockchain,  meu Deus, é o mercado mais novo que existe. É tão imenso, há espaço para todos.

CF: Este ano no Brasil acontecerão as eleições para presidente. Como você acha que o novo presidente pode interferir no ecossistema de criptomoedas nacional, com uma visão contrária às criptomoedas, por exmeplo?

FB: Primeiro, é difícil para mim dizer que gosto deste ou daquele candidato. Pessoalmente, não conheço nada sobre eles. Mas, certamente, para nosso negócio precisamos de leis que regulamentem isso. Não acho que o Brasil seja um país opressivo. Geralmente, o jeito do Brasil fazer as coisas é bom. Ele verifica e analisa as coisas. Estou convencido de que certamente teremos uma regulamentação para criptomoedas. Investimos muito na nossa plataforma. E para os recém-chegados nesse negócio, digo que regulamentar é bom, pois protege o mercado, usuários e todos aqueles que são honestos. No que diz a área de blockchain, ainda não vi esforços no tocante a isso. Então, acho que eles devem aprender com a China, os Estados Unidos, Europa, Japão, com estes países. Falando de futuro, eu espero que o Brasil tenha regulamentações para essa área. Essa é minha expectativa.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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