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Catalunha pretende lançar token de energia com paridade em quilowatts

A Catalunha, que engloba as províncias de Barcelona, Girona, Lérida e Tarragona, é uma comunidade autônoma oficialmente pertencente à Espanha, mas que busca sua independência e descentralização do território espanhol há anos, e, mais notavelmente no ano passado, uma declaração frustrada de independência levou à uma forte repressão política, econômica e policial da nação europeia.

Porém, apesar da pressão da Espanha, a Catalunha, onde Pablo Picasso iniciou o movimento cubista, deseja avançar em seu processo de independência, agora, por meio da energia e da blockchain. O plano é incentivar a geração de energia solar, contornando as regras que inibem sua adoção por Madri. Para tanto, a comunidade independente, como revela a Coindesk, vai usar um token ERC-20, denominado “ION”, para incentivar micro-redes gerenciadas pela comunidade (grupos de recursos de energia distribuída, como geradores solares de teto que podem conectar-se à rede principal ou operar em “modo ilha”).

Lluïsa Marsal, líder em inovação tecnológica no Instituto Catalão de Energia do governo da Catalunha, está supervisionando o projeto. “O token não tem nada a ver com independência. É um símbolo de energia para gerenciar micro-redes”. Mas para que essas micro-redes estejam livres das restrições legais e econômicas que limitam seu apelo, elas devem ser isoladas da rede nacional da Espanha.

O projeto ION ainda foi está desenvolvido, mas o plano é começar dentro de dois meses com um piloto em cinco municípios da Catalunha. Não haverá oferta inicial de moeda (ICO, na sigla em inglês), e os tokens serão doados ou “liberados” quando os usuários se inscreverem no projeto e instalarem sua carteira ION. As quantidades fornecidas variam entre 100 e 5.000 IONs, dependendo do envolvimento do usuário. Haverão 8.418 milhões de IONs distribuídos. Isso é para espelhar o poder em quilowatts-hora (kWh) por ano produzido pelas usinas combinadas da Catalunha, disse Marsal.

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“Quando essas micro-redes forem implantadas massivamente e muitas comunidades solares formadas, pretendemos ter uma produção solar total igual às usinas atuais. Isso pode levar anos, mas queremos estabelecer o valor de 1 ION para 1kWh.”

Em termos de como o token funcionará nas mãos dos usuários, o sistema usará uma medida média de kWh no uso de energia solar e, quando alguém usar mais do que a média, pagará pelo excesso em tokens, se eles usam menos, eles são recompensados ​​em tokens também.

Essa abordagem para a medição de eletricidade é destinada a oferecer mais flexibilidade. Por exemplo, grupos pequenos e discretos de usuários podem concordar com os cronogramas de consumo de energia (como usar aparelhos em diferentes momentos do dia ou diferentes dias da semana). Os contratos inteligentes podem ajudar a gerenciar permissões de energia para cada usuário nesses cronogramas de “não simultaneidade”.

Além disso, os tokens ION poderiam ser negociados em mercados, “desde que o preço de kWh é conhecido e é de aproximadamente € 0,10”, disse Marsal.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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