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Casa Branca propõe padrões que devem proibir ou limitar mineração de criptomoedas nos EUA

A Casa Branca elaborou uma proposta que visa estabelecer padrões para mineração de criptomoedas. No entanto, estes padrões podem limitar ou até proibir a mineração via Prova de Trabalho (PoW), que é utilizada em criptomoedas como o Bitcoin (BTC).

Essas propostas fazem parte de um relatório liberado pela Casa Branca nesta quinta-feira (8), que estabelece esses padrões. O relatório inclui normas como utilizar intensidades de energia muito baixas e uso de energia limpa pelos mineradores.

O objetivo desses padrões é atender as metas de neutralidade de carbono estabelecidas pela adminstração do presidente Joe Biden. Caso os mineradores não cumpram as regras, o governo deve impor um limite ou até proibição à mineração de criptomoedas. 

Regras devem limitar ou proibir PoW

O relatório trouxe uma série de medidas para controlar o alto uso de energia em atividades relacionadas a criptomoedas. De acordo com a Casa Branca, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e o Departamento de Energia (DOE) vão participar das novas regras.

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O objetivo geral dos padrões é minimizar os impactos indesejados da mineração de criptomoedas, acrescentou. Entre os principais impactos, a Casa Branca cita:

  • emissões de gases poluentes;
  • poluição sonora dos equipamentos;
  • impactos na qualidade da água potável;
  • impactos econômicos negativos da mineração de criptomoedas.

Caso as medidas e normas não evitem os impactos negativos, a administração pode proibir ou limitar as atividades. O relatório mencionou especificamente a mineração que demanda uso intensivo de energia elétrica, ou seja, a mineração via PoW.

Embora não tenha citado nominalmente, o documento menciona a expressão “mecanismos de consenso de alta intensidade energética para mineração de criptoativos”. Dos atuais mecanismos de consenso nas criptomoedas, o PoW é o que mais demanda eletricidade.

Desde que a China proibiu a mineração de criptomoedas no ano passado, os EUA se transformaram em um pólo global. De acordo com a Universidade de Cambridge, mais de 37% do poder de processamento (hash rate) do BTC está nos EUA, que atraiu diversas empresas do setor.

Mas apesar das preocupações da Casa Branca, relatórios apontam que mais de 60% da energia utilizada pelo BTC provém de fontes limpas e renováveis. No estado do Texas, por exemplos, muitos mineradores utilizam energia solar para minerar a criptomoeda.

E a mineração PoS?

Enquanto o governo tenta limitar a mineração via PoW, outro tipo de consenso pode ganhar espaço nos EUA. Trata-se, claro, da Prova de Participação (PoS), cujo uso de eletricidade é muito menos intensivo do que a PoW.

A mineração PoS ganhou destaque depois que a rede Ethereum anunciou sua atualização, a The Merge, que fará a rede adotar esse consenso. Com isso, os impactos energéticos da mineração foram amplamente discutidos nos últimos tempos.

Graças à diretiva da Casa Branca sobre a redução do uso de energia, os projetos de PoS podem ganhar destaque. Resta saber se os EUA de fato tomariam uma postura dura de proibir o mecanismo de PoW, afetando uma indústria bilionária.

Vale destacar que a União Europeia tentou proibir a mineração via PoW, mas o Parlamento Europeu rejeitou a proposta em março.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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