Economia

Brasileiros negociam mais stablecoins que Bitcoin, mostram dados

Dados da Receita Federal do Brasil (RFB) mostram que os brasileiros negociam mais stablecoins, como a USDT da Tether, do que Bitcoin (BTC) – ao contrário do que se possa imaginar.

Entre janeiro e maio deste ano, investidores reportaram à RFB um total de R$ 81,5 bilhões em negociações de criptomoedas. Deste total, 90% foram em stablecoins, com destaque para USDT, conforme levantou o Valor Econômico.

Outro dado que merece atenção é o valor médio das operações. Em USDT, a média do valor movimentado foi de aproximadamente R$ 70 mil. Enquanto isso, o valor médio de transação com BTC foi inferior a R$ 700.

O Bitcoin reinou absoluto como principal ativo negociado no Brasil de 2019 a 2021. Em 2019, por exemplo, o BTC respondia por 94% de todas as operações com cripto reportadas à Receita. Esse percentual e domínio foram recuando com o passar dos anos e em junho de 2020 a USDT registrou o seu primeiro bilhão em volume transacionado, valor que correspondia a 22% do total.

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USDT x Bitcoin

A USDT superou de vez o Bitcoin em janeiro de 2022. Naquele momento, a stablecoin já era responsável por metade do volume transacionado. Além disso, a moeda estável da Tether movimentava mais de quatro vezes o volume de Bitcoin em reais.

Por outro lado, no que diz respeito à quantidade de operações, o Bitcoin segue na liderança. A maior criptomoeda do mercado chegou ao recorde de 3,3 milhões de transações em julho do ano passado. Enquanto isso, o número de transações com USDT ainda está no patamar dos milhares. Em março deste ano, o número atingiu seu topo histórico com 201 mil transações.

Em termos percentuais, dados de maio mostram que o Bitcoin foi responsável por mais de 30% das transações e a USDT por 4,3%. Isso quer dizer que apenas 4,3% das operações movimentam 80% do volume financeiro com criptomoedas.

As stablecoins são uma parte fundamental do ecossistema de criptomoedas. Os investidores usam essas moedas estáveis, sobretudo as pareadas ao dólar, tanto em transações quanto para se exporem à moeda estrangeira. Além disso, as stablecoins, por terem seu valor estável, são usadas como uma proteção contra a alta volatilidade dos ativos digitais.

Ainda, usa-se as moedas digitais estáveis no setor de finanças descentralizadas (DeFi) para prover liquidez aos protocolos.

Conforme destacou ao Valor Thiago Barbosa Wanderley, advogado e doutorando em tributação de criptomoedas pela USP, os investidores usam as stablecoins como forma de proteção do dinheiro.

“Quando o investidor percebe que vai haver uma queda acentuada nos preços, ele não faz um saque do seu dinheiro. Ele sai da posição em Bitcoin, por exemplo, e vai para o dólar representado pela Tether, que é estável”, disse.

Isso também se aplica para o processo de obtenção de lucros. Em vez de vender a criptomoeda contra a moeda fiduciária, o realizador de lucros a troca por stablecoins.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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