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Brasileiros criam plataforma com blockchain para registro de direitos autorais

A plataforma MyWrites, criada pelos brasileiros Marcelo Fernandes, arquiteto de software, e Roberta Maldonado, cantora e mestre em educação, deseja ser uma “alternativa” à Biblioteca Nacional para registro de obras e direitos autorais.

Por lei, o registro de autor não é obrigatório e sim uma proteção em caso de plágio. Até então, no Brasil, registros autoraistêm sido feitos em sua maioria na Biblioteca Nacional e custam R$40,00 por pedido – coletânea ou música avulsa.

Esse registro, feito pessoalmente ou pelos Correios, não garante que o autor ficará isento de plágio e tampouco o pagamento de direitos autorais de execução, no entanto, caso o compositor não registre sua obra e outro de má-fé o faça, o segundo passa a ter todos os direitos sobre ela.

Segundo a empresa, assim como o da Biblioteca Nacional, o certificado de registro de obra da MyWrites é uma prova de anterioridade, ou seja, atesta que nenhuma obra com aquelas características e teor havia sido registrada antes daquela data. Prova essa que, segundo a Convenção de Berna (1886), é válida em 175 dos 193 países do mundo, podendo ser usada como comprovação de autoria em caso de contestação ou litígio.

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“A grande façanha da blockchain é diminuir as distâncias entre as pessoas e aumentar a transparência nas transações, é cortar mediadores e democratizar processos. Essa tecnologia é revolucionária”, afirma Fernandes, cofundador da Mywrites.

De acordo com o juiz e doutor em direito Alexandre Morais da Rosa, bem como o advogado e pós-graduando em Direito Digital e Compliance Felipe Navas Próspero, contratos em blockchain são integralmente respaldados na lei.

“Como ponto de partida acerca da validade jurídica das ferramentas de coleta e armazenamento de provas digitais, utilizando-se da rede blockchain, cumpre registrar que em 24 de agosto de 2001 foi editada a Medida Provisória 2.200-2/2001 (…) No caso das ferramentas que promovem a utilização da blockchain como base de dados para autenticação de documentos, como dito, um ‘livro razão’ descentralizado, transparente, público e totalmente auditável, que, após o registro das informações em sua rede, torna-se imutável o documento ali escrito, entendemos pela plena viabilidade jurídica e validade das provas ali produzidas.”

O processo de cadastro e registro de uma música na MyWrites leva em média 15 minutos. O registro da melodia pode ser feito em arquivo de MP3 ou por partitura. Em no máximo, 24 horas, o certificado de direito autoral digital referente a cada item é enviado ao autor. Até 11 de abril de 2019, 782 composições ( entre letras e melodias) já foram registradas e certificadas pela MyWrites. E esse é só o segundo mês da plataforma.

“Nosso compromisso é manter o registro de direito autoral gratuito e ilimitado”, afirma Fernandes.

Os fundadores pretendem disponibilizar outros produtos e serviços de acordo com a demanda dos usuários. O lançamento da plataforma em inglês e espanhol também está previsto para breve.

Marcio Corona de Colatina, interior do Espírito Santo, registrou nos últimos 30 dias, 102 músicas na Mywrites, muitas usando seu smartphone:

“Conheci o Mywrites numa chamada de vídeo no Youtube. Confesso que, de primeira mão, fiquei receoso mas, quando vi a seriedade do site, horizontes foram expandidos!” O compositor, cantor e instrumentista acrescenta: “Já deixei de registrar músicas por questões financeiras e por causa da demora da BN (Biblioteca Nacional) no envio dos certificados. Com a chegada do Mywrites obtive maior liberdade e confiabilidade para o registro…o site trouxe muito mais facilidade para tal”, disse.

Leia também: Sony desenvolve solução de blockchain para gerenciamento de direitos autorais

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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