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Brasileiro destaca que problemas no Tether podem impactar negativamente todo o mercado de criptomoedas

Há dois anos, a stablecoin USDT, emitida pela startup Tether, vem enfrentando uma série de problemas e questionamentos quanto à sua liquidez. Mais recentemente, um forte movimento de “holders” (investidores a longo prazo), que preocupados com estes questionamentos em torno USDT, de se desfazerem de seus dólares Tethers, fez com que o preço do Bitcoin fosse elevado para perto da casa dos US$7.200.

Segundo o especialista brasileiro especializado em criptomoedas Paulo Boghosian, instrutor de um curso de investimento focado em Bitcoin e criptomoedas chamado “Investimento em Criptoativos”, que será ministrado na Blockchain Academy, o movimento em torno do USDT é bem preocupante e pode impactar todo o mercado negativamente.

Em uma análise exclusiva feita ao Criptomoedas Fácil, Boghosian destacou que o fantasma do Tether vem assombrando o mundo das criptomoedas desde o ano passado e que as ações que a empresa tomou até agora não foram suficientes para mitigar as dúvidas, pelo contrário, trouxeram mais insegurança e levaram à criação de outras stablecoins concorrentes. No entanto, o Tether ainda domina o mercado e uma insolvência na empresa seria um desastre.

“O mercado que ainda se lembra do rombo causado pela MtGox em 2013, vem exigindo incessantemente para que a Bitfinex faça uma auditoria confiável, ou no mínimo demonstre onde estão os dólares que garantam o lastro 1:1 do Tether. Nada disso foi feito, e o máximo que a Bitfinex fez foi revelar que uma boa parte dos fundos estariam no Noble Bank de Porto Rico. Acontece que recentemente o Noble Bank anunciou que estava a venda devido a fuga de capitais. Isso só aumentou a preocupação do mercado e esta semana vimos uma fuga do Tether. Com isso a Bitfinex suspendeu os saques, aumentando ainda mais a desconfiança do mercado. Pior que isso, a cotação do Tether caiu a 0.80cents, o que significaria uma enorme oportunidade de arbitragem para a Bitfinex, assumindo que o lastro 1 pra 1 de fato existe. Hoje a Bitfinex anunciou que está trabalhando com um banco no Caribe e aparentemente o mercado se acalmou (a cotação do Tether voltou pra próximo de 1 dólar). Mas a novela está longe de estar resolvida. Ainda existe o risco iminente do Tether. Resta saber se é um problema de liquidez, ou de insolvência. Na minha opinião se tivermos um problema de insolvência, o mercado será impactado significativamente, porém em se tratando de problema de liquidez, será possível remediar rapidamente até porque o mercado já se antecipou e hoje já existem outras opções de stablecoin (TrueUsd, Gemini, Pax, USDC) para garantir a liquidez do mercado”, destacou Boghosian.

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Grandes serviços de integração de criptomoedas ao cotidiano, como a Bitpay, também estão mantendo restrições com o Tether. Tanto que a empresa de pagamentos anunciou que seus usuários agora podem aceitar a liquidação de seus ativos em stablecoins, mas o USDT não é bem vindo e a integração será feita com o dólar Gemini (stablecoin concorrete do Tether). Além disso, na esteira dos acontecimentos recentes, a Tether retirou de circulação cerca de 250 milhões de tokens USDT depois que a Bitfinex enviou pagamentos de 50 milhões de USDT e US$200 milhões ao endereço de tesouro do token e esta não foi a primeira vez este mês que os títulos saíram do mercado.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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