Economia

Brasil pode se beneficiar da falta de clareza para cripto nos EUA, diz CEO da Coinbase

O Brasil é um dos países que estão competindo para se tornar centros para o mercado de criptomoedas. Por isso, pode se beneficiar da falta de clareza para cripto nos Estados Unidos. Foi o que afirmou o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, em um artigo publicado na terça-feira (30).

De acordo com o executivo, o fato de os EUA não fornecerem regras claras, sobretudo para as empresas de criptoativos, coloca em risco o “papel consagrado da América como líder financeiro global e um centro de inovação”.

EUA podem perder papel de líder financeiro global

Para o CEO da Coinbase, a turbulência recente do mercado de ativos digitais fez com que os formuladores de políticas ficassem tentados a considerar este setor instável. No entanto, ao fazê-lo, os reguladores estariam “perdendo o quadro maior”, segundo Armstrong.

“Nós e outros do setor pedimos aos formuladores de políticas e reguladores que nos deem a clareza regulatória necessária para garantir a proteção do consumidor e cumprir a promessa em cript. Mas, em vez de novas regras robustas que ajudariam nesses esforços, estamos recebendo ameaças de ações de fiscalização”, disse ele.

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Conforme destacou o executivo, ao impor políticas restritivas, os EUA estão “expulsando” a inovação cripto para o exterior. Ele acredita que essa mudança comprometerá o legado do país de avanços tecnológicos pioneiros. Além disso, enfraquecerá a postura de segurança nacional.

No texto, ele também destacou o papel da tecnologia blockchain como uma tecnologia transformadora que pode revolucionar uma ampla gama de setores para além dos serviços financeiros.

Ameaça vinda da China

De acordo com o executivo, os investimentos públicos dos EUA enfatizaram que a nação está em melhor posição para salvaguardar os interesses econômicos de seu povo, proteger seus interesses nacionais e propagar seus valores. No entanto, devido à falta de clareza regulatória, o país enfrenta uma nova ameaça vinda da China.

“Dois gigantes tecnológicos chineses, Alipay e Tencent, oferecem sistemas de pagamento integrados com acesso direto e instantâneo a uma variedade de serviços. O Partido Comunista Chinês está promovendo essas plataformas poderosas e de rápido crescimento em todo o mundo (…) E com o recente lançamento de seu yuan digital, a China pretende desafiar diretamente o dólar americano e seu papel no comércio mundial.”

O CEO da Coinbase também afirmou que, em meio a esse avanço chinês, Hong Kong está se posicionando como um hub cripto global. Mas ele diz que não é só a China que pode ver as possibilidades. Brasil, Austrália, Japão e outras nações também disputam seu espaço no setor de criptomoedas.

Brasil compete para se tornar centro de cripto

Conforme destacou o executivo, as criptomoedas têm o potencial de modernizar as finanças e vários outros setores. E isso vai desde cadeias de suprimentos até as mídias sociais, oferecendo uma plataforma mais rápida, barata, privada e acessível.

Reconhecendo isso, as capitais financeiras tradicionais, incluindo Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Brasil, Japão, União Europeia, Austrália e Cingapura, também estão competindo para se tornar centros de cripto, segundo ele.

Para Armstrong, as criptomoedas podem desempenhar um papel significativo no estímulo à economia americana e na promoção dos valores democráticos em todo o mundo. Nesse sentido, se os EUA falharem agora, “a próxima geração pagará o preço”.

“Trazer a inovação de cripto e blockchain de volta aos EUA daqui a uma década exigirá um esforço colossal e sustentado que pode não ter sucesso. Mas podemos nos salvar dessa luta se cabeças mais frias prevalecerem e trabalharmos juntos. Vamos modernizar nosso sistema financeiro e reafirmar nosso papel como líder global em tecnologia, em vez de abdicar dele”, concluiu.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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