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Brasil é o 2° país do mundo com o maior número de ransomwares

O Brasil, que figura como um dos países com o maior número de usuários de internet do mundo, também é um dos líderes em ataques hacker. De acordo com o novo relatório “Smart Protection Network”, enviado à imprensa pela Trend Micro, o Brasil é o segundo colocado entre os países com o maior número de ransomwares, sendo responsável por 10,75% das ameaças globais, atrás apenas dos Estados Unidos, que apresenta uma porcentagem ligeiramente superior (11,05%). Índia, Vietnã e México fecham o top 5 dos países com maior número de ameaças.

“Quanto mais conectado está o mundo ao nosso redor, avança o número de ameaças. Os cibercriminosos buscam sempre lucrar, assim, utilizam desde técnicas clássicas, até novas tendências do mundo da tecnologia em busca de oportunidades rapidamente rentáveis e que sejam relativamente fáceis para aplicar o golpe”, afirma Franzvitor Fiorim, diretor técnico da Trend Micro no Brasil.

Um dos ransomwares mais conhecidos, o WannaCry, aterrorizou o mundo exigindo resgates em Bitcoin pelo “sequestro” de dados. A epidemia de quatro dias do WannaCry derrubou mais de 200 mil computadores em 150 países – incluindo infraestruturas críticas. Em alguns hospitais, o ataque encriptou todos os dispositivos, até mesmo equipamentos médicos; e algumas indústrias foram obrigadas a pararem de produzir. Dentre os ataques recentes, o WannaCry foi o com maior alcance.

Em 2018, a Trend Micro bloqueou mais de 48 bilhões de ameaças em todo o mundo. O total global de ameaças de ransomware, contado de janeiro de 2016 a dezembro de 2018, é de 1,8 bilhão. A contagem de ransomwares é uma combinação de todos os arquivos, URLs e e-mails maliciosos encontrados pela Trend Micro.

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O relatório também aponta que o Brasil é o terceiro colocado entre os países com o maior número de ameaças de e-mail bloqueadas pela Trend Micro em 2018, com mais de 2 bilhões de e-mails maliciosos identificados. Uma das práticas mais preocupantes que ocorre por meio de e-mails é o Comprometimento de E-mail Empresarial (BEC na sigla em inglês), que está criando consideráveis oportunidades para os cibercriminosos ganharem dinheiro e Bitcoins. Nesses ataques, os cibercriminosos personificam um executivo de alto escalão para enganar um funcionário (geralmente um ligado ao departamento financeiro) para transferir fundos para a conta do atacante.

“O que faz esse tipo de golpe tão eficiente é a engenharia social empregada. Os cibercriminosos criam um ataque detalhado, com e-mails incrivelmente realistas, que incluem os nomes dos alvos e podem ainda parecer vir de pessoas de dentro da própria empresa. Tudo para se aproveitar das fraquezas humanas”, explicou Fiorim.

URLs maliciosas

Quando o assunto são URLs maliciosas, o Brasil também se destaca, estando no top 15 dos países com mais vítimas afetadas pelo golpe, com mais de 12 milhões de pessoas afetadas. Sobre o número de URLs maliciosas, o Brasil está entre os 30 do ranking, com cerca de 813 mil endereços bloqueados pela Trend. Isso demonstra que uma mesma URL maliciosa pode afetar quase 15 brasileiros.

Malwares detectados

Quanto aos malwares, o Brasil aparece com mais de 40 milhões de malwares detectados, sendo então o sétimo colocado no top 10 dos países com o maior número de ameaças bloqueadas pela Trend Micro.

Além disso, o Brasil também aparece no top 20 dos países com o maior número de malwares bancários bloqueados pela companhia. Esse tipo de malware tem como alvo específico credenciais de usuários de bancos e outras informações relacionadas às contas bancárias. No Brasil, foram 5.120 ocorrências do tipo.

Aplicativos maliciosos

Segundo o diretor, com a popularidade do aplicativos, os cibercriminosos continuam desenvolvendo apps falsos e maliciosos para roubar informações ou realizar outros tipos de ataques. Assim, não é surpresa que o Brasil também se destaque nessa categoria: dentro do top 15 e com mais de 55 mil apps maliciosos, em uma amostra de mais de 6 milhões de apps. 

O especialista alerta que os usuários devem sempre investigar a legitimidade de um aplicativo, uma vez que tentam parecer o mais legítimo possível.

“É importante verificar as avaliações de outros usuários e suspeitar se houverem principalmente pontuações muito positivas ou muito negativas. Pode indicar que as revisões reais tem classificação baixa, enquanto bots estão dando a classificação mais alta possível.”

Leia também: Malware “parte” do Brasil para atacar roteadores em todo o mundo. Saiba como se proteger

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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