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Blockchain foi criada 20 anos antes do Bitcoin, afirma Forbes

Não são apenas as especulações sobre a identidade de Satoshi Nakamoto que permeiam a comunidade cripto. Frequentemente, artigos publicados em grandes meios lançam novas luzes sobre aspectos relativos ao Bitcoin.

O mais recente deles foi um artigo divulgado pela Forbes na segunda-feira, 01 de junho. Escrito por Vipin Bharathan, o texto afirma que a blockchain é pelo menos 20 anos mais antiga do que o Bitcoin. E que o primeiro protótipo desse sistema não foi criado por Satoshi, mas sim pelo cientistas de computação Scott Stornetta.

Stornetta = Satoshi

E se você nunca ouviu falar em Scott Stornetta, precisa reler com atenção o whitepaper do Bitcoin. De fato, nada menos que 3 artigos dele foram usados como referência no documento de 2008. Com isso, Stornetta foi o nome mais citado por Satoshi em seu whitepaper.

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Os três artigos foram escritos em conjunto com o criptógrafo Stuart Haber, amigo pessoal de Stornetta. A grande presença faz do cientista um dos nomes mais cotados para ser Satoshi Nakamoto. De fato, Stornetta até mesmo fala japonês fluentemente. Porém, ele já negou ser o rosto por trás do criador do Bitcoin.

Ainda assim, o nome dele possui muito peso quando o assunto são criptomoedas e blockchain. em 30 de maio, Stornetta participou de um evento organizado pela Associação Blockchain do Governo dos Emirados Árabes Unidos. O nascimento da blockchain está entre os muitos tópicos que ele discutiu.

E foi justamente aqui que começou a história que une a blockchain, o cientista e duas das maiores organizações de tecnologia dos Estados Unidos.

Xerox, Bell e a blockchain

No final dos anos 80, Stornetta ingressou nos lendários Laboratórios Bell, vindo da costa oeste. Na mesma época, ele trabalhava na Xerox, outro centro de inovação. Só para ilustrar, foi a Xerox quem inventou as interfaces de computador que ganharam fama nos primeiros computadores da Apple.

Quando chegou aos laboratórios da Bell, Stornetta já estava trabalhando em um problema em aberto. Um problema que envolvia segurança de dados – muito similar à blockchain.

Stornetta testemunhou um escândalo: a publicação de um artigo notável por um pesquisador de destaque em biologia. Mas o artigo foi o resultado de uma manipulação de dados. Isso foi comprovado pelo exame de alguns cadernos de laboratório, mostrando que os resultados originais foram alterados usando uma tinta diferente da usada no restante dos cadernos.

Ao ouvir isso, Stornetta ficou preocupado com o futuro da manutenção de registros, pois seu trabalho na Xerox lhe dizia que, no futuro, todos os registros seriam digitais. Ele também sabia que os registros digitais poderiam ser facilmente alterados mesmo ​​após o fato.

O problema da imutabilidade dos registros digitais tornou-se uma missão. Stornetta foi treinado como físico teórico. Ele não tinha experiência direta em documentos digitais ou criptografia, mas continuou a perseguir seu interesse.

A parceria com Haber

Os laboratórios Bell, bem como a Xerox, incentivaram o trabalho em projetos abertos. Era possível trabalhar em qualquer coisa, desde que o pesquisador apresente o problema. Nenhum gerente controlava o trabalho e os resultados não precisavam estar no cronograma.

Nos laboratórios Bell, Stornetta conheceu Haber. Ele convenceu o criptógrafo de que a imutabilidade dos registros digitais era um problema no qual vale a pena trabalhar. Sua solução inicial foi baseada em funções de hash e certificados digitais.

O documento seria reduzido a um hash. Um hash é um conceito bem conhecido e amplamente usado em criptografia e muito conhecido no mundo das criptomoedas. Um resumo ou hash da mensagem é um resultado de tamanho fixo (geralmente com apenas alguns bytes), obtido criptograficamente de documentos de comprimentos diferentes.

O hash sempre muda, mesmo quando um bit do documento original é alterado. Isso vincula um hash irrevogavelmente a um documento, impedindo falsificações. O cliente que desejava registrar o carimbo de data e hora do documento envia um hash em vez do documento para um Serviço de carimbo de data e hora (TSS, na sigla em inglês).

Em seguida, o TSS marca o timbre do documento e o certifica. Uma extensão adicional está no primeiro artigo publicado, onde uma cadeia de documentos para introduzir uma sequência de tempo está na seção intitulada “vinculação”.

Isso seria uma cadeia que liga os documentos, o certificado de cada documento conteria um link para o documento anterior na sequência. Exatamente da mesma forma que funciona a blockchain do Bitcoin.

O passado inspirando o presente

Stornetta diz que o caso de uso de registro de data e hora de documentos digitais e a integridade de documentos corporativos regulamentados podem ser abordados de maneira mais fácil, por uma implementação adequada no blockchain.

Apesar de negar ser Satoshi, o cientista se adaptou à era moderna da blockchain. Atualmente, ele é consultor de uma empresa de capital de risco que investe em empresas baseadas em blockchain.

Quando perguntado o que ele diria a Satoshi Nakamoto se tivesse uma chance, Stornetta disse que pediria que ele lesse o segundo artigo, intitulado “Improving the efficiency and reliability of digital time-stamping,” In Sequences II: Methods in Communication, Security and Computer Science“.

De acordo com ele, o segundo artigo trata de atualizações seguras, que é uma ideia de governança que foi expressa de maneira incompleta no Bitcoin e cria muita acrimônia e divisão na comunidade. De fato, Stornetta ainda tem muito a contribuir com a evolução da obra-prima de Satoshi.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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