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Blockchain do Bitcoin enfrenta risco de centralização com BRC-20, diz desenvolvedor

A recente implementação do protocolo Ordinals na rede do Bitcoin, tem suscitado debates acalorados e aberto novas possibilidades para os desenvolvedores e mineradores. No entanto, um potencial risco foi apontado por Eric Wall, desenvolvedor e membro da organização Taproot Wizards: a ameaça de centralização por causa dos tokens BRC-20.

O temor de Wall está relacionado ao Valor Extraível do Minerador (MEV, em inglês). Já presente no Ethereum, o MEV diz respeito à capacidade dos mineradores de manipular estrategicamente a inclusão ou reordenação de transações em um bloco para obter lucros adicionais.

Técnicas como frontrunning, que permitem aos mineradores antecipar e executar transações antes de outros usuários, são exemplos disso. Wall ressaltou que essas são apenas algumas das várias ações que podem ser derivadas dos protocolos de token e contratos inteligentes utilizados na rede do Bitcoin.

“Quando ficar fácil colocar dados arbitrários na blockchain, outras coisas podem ser desenvolvidas”, alertou Wall, ressaltando que agora existe um “protocolo shitcoin completo no protocolo Bitcoin”, referindo-se ao protocolo token BRC-20.

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Tokens BRC-20 apresentam risco para rede Bitcoin

Além disso, o desenvolvedor apontou que, embora a tokenização do Bitcoin já possa ser feita com protocolos como Omnilayer, atualmente estão sendo criadas extensões para protocolos como BRC-20 devido à “enorme demanda do mercado por BRC-20”.

Mas por que o MEV representa um risco de centralização para o Bitcoin? Wall ilustrou seu argumento com o cenário recente no Ethereum.

No auge, 80% dos bots MEV utilizando validadores Ethereum tiveram que se adequar às regulamentações da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA, a OFAC. Ademais, em 2022, 88% dos validadores usavam MEV para maximizar seus ganhos.

“Se não fizermos nada, o pool de mineração de Bitcoin que melhor usar o MEV se tornará o maior. E todos vão querer se juntar para ganhar mais dinheiro”, afirmou Wall.

Ele ressaltou ainda o perigo da centralização do poder de processamento, ou hash rate, em um único pool. Por fim, Wall criticou a equipe do Bitcoin Core, alegando que eles “não têm ideia de como o MEV funciona”. Comparando com o ecossistema Ethereum, que lida com o MEV há anos, Wall afirmou: “no Bitcoin, eles ainda são amadores no assunto”.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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