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Bitfinex pode estar envolvida em esquema de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas

A Bitfinex, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, baseada em Hong Kong, está sendo investigada pela Europol e pela polícia polonesa por uma suposta ligação com um esquema de lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, a exchange tem usado empresas fantasmas num esquema que inclusive envolve tráfico internacional de drogas.

Na semana passada, autoridades na Polônia apreenderam 1,27 bilhão de zlotys poloneses (equivalente a US$371 milhões), em contas bancárias pertencentes a duas empresas suspeitas de lavagem de dinheiro para cartéis de drogas na Colômbia. A notícia foi primeiramente divulgada pelo canal de mídia polonês TVP Info, que relatou que tudo começou com a construção da embaixada belga na República Democrática do Congo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica elegeu o contratante e teve que transferir dinheiro para a conta da empresa. Então os golpistas apareceram no jogo, se fazendo passar pela empresa e enviaram aos belgas o número da conta que controlavam. Alheio a fraudes, funcionários do Ministério das Relações Exteriores enviaram mais de US$496 mil aos bandidos.

Quando o Ministério das Relações Exteriores da Bélgica percebeu que havia sido vítima de uma fraude, os serviços locais e a Interpol entraram no jogo e descobriram que a conta usada pelos fraudadores pertence à empresa “M”, registrada nas proximidades de Pruszków, e ao verificar as conexões desta empresa os investigadores encontraram outra empresa – “C” que estava associada à uma grande exchange de criptomoedas.

“Vamos agora examinar cuidadosamente os fluxos financeiros entre essas entidades. Nós já sabemos que eles criaram uma cadeia muito maior de empresas relacionadas. A escala das operações financeiras indica que essas empresas deveriam lavar o dinheiro do contrabando de cocaína para a Europa. As empresas também foram usadas para golpes de grande escala. Criminosos ocultaram suas operações, trocando dinheiro por criptomoedas, apagando traços”, disse o interlocutor da Interpol.

Em um relatório separado, o blog de tecnologia polonês Spider’s Web apontou o dedo diretamente para a Bitfinex, citando “informações não oficiais” e observando que o banco em questão – Cooperative Bank da Skierniewice – usado pelos criminosos é a mesma instituição para a qual Bitfinex direcionava seus clientes. Usuários têm relatado que estão sendo procurados pela polícia polonesa para explicar suas ligações com a Crypto Capital Corp uma empresa considerada fantasma de propriedade da Bitfinex.

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A Bitfinex não respondeu oficialmente aos questionamentos, mas um porta-voz disse à FinanceMagnates que está ciente das alegações e que acredita que elas não são verdadeiras:

“A Bitfinex pode confirmar que está ciente das alegações atuais que foram relatadas pela mídia polonesa nas últimas horas, mas acredita que essas alegações são falsas e os clientes e operações da Bitfinex não são afetados por rumores falsos”, disse ele.

Se confirmada, a notícia pode impactar fortemente o mercado das criptomoedas em todo o mundo. A Bitfinex, além de ser uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, ainda é suspeita de laços com a Tether, que emite, entre outros, o USDT, dólar digital amplamente utilizado por casas de câmbio de Bitcoin em todo o mundo.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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