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Bitcoin já teve 80% do seu lastro minerado; último bloco deve ser encontrado em 2140

Há pouco tempo, a internet foi tomada por uma série de artigos que afirmavam que apenas 20% do total de Bitcoins restavam ser minerados. Atualmente, já são mais de 17,2 milhões de Bitcoins em circulação, restando “apenas” 19,8% da rede para ser minerado, pouco menos de 2,8 milhões de Bitcoins para chegar ao total de 21 milhões estabelecidos por Satoshi Nakamoto.

No entanto, embora os números possam indicar que o Bitcoin “esteja acabando”, a verdade é que a mineração total de BTC tende a demorar muito tempo ainda, uma vez que a recompensa por cada bloco hoje, que é de de 12,5 BTC, será reduzida à metade, a cada 210 mil blocos, o que deve ocorrer dentro de 4 anos, e com isso cairá para 6,25 BTC (e depois de 210 mil blocos, pela metade de novo, e assim sucessivamente).

“Isso é um resultado da complexidade da mineração e a diminuição da recompensa com o tempo. Muitas pessoas acreditam que a mineração do último bloco de Bitcoin ocorrerá, aproximadamente, em 2140”, disse Ryan Hennebry, analista de criptomoedas da BBOD.

O Criptomoedas Fácil consultou Hennebry sobre como especialistas do mercado veem que a escassez do BTC pode impactar o preço da criptomoeda no curto, médio e longo prazo. Pata ele ele, à medida que a quantidade de Bitcoin a ser minerado diminui, aumenta a percepção de que é necessário adquirir “enquanto é tempo” e, portanto, isso alimenta a demanda que, por sua vez, reflete no preço do ativo, fazendo com que ele aumente, mesmo que paulatinamente.

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“Diferentemente das economias tradicionais baseadas em país-estado, o Bitcoin funciona de modo completamente descentralizado com um suprimento fixo. Enquanto um banco central normalmente produz moedas da maneira que quiser – de acordo com o crescimento do número de bens que estão sendo trocados na economia (popularmente conhecido como Quantitative Easing). Consequentemente, com o abastecimento de Bitcoins comprometido até tal data e uma demanda que só deve aumentar, como resultado da escassez de Bitcoins (entre outros fatores), o valor da moeda deverá certamente crescer exponencialmente com o tempo. Assim, com apenas 21 milhões de Bitcoins existentes, há (ou logo haverá) uma grande lacuna entre o número de pessoas interessadas em comprar o ativo e a quantidade disponível para tanto. Enquanto isso, a escassez digital fará do Bitcoin muito mais valioso ao longo do tempo”, disse Hannebry.

No entanto, mesmo quando o último Bitcoin for minerado, isso não significará a extinção do processo de mineração, que passará a ser remunerado apenas pelas comissões das transações. Porém, quem olha para este processo hoje, pode acreditar que alguns satoshis pagos como taxa pelas transações não serão suficientes para incentivar a rede a permanecer ativa, mas, se o argumento de Hannebry estiver correto, o que hoje são centésimos de centavo podem representar grandes valores à medida em que o Bitcoin continue valorizando.

Além disso, novas aplicações também devem impulsionar a adoção da criptomoeda e com ela a crescente no valor do BTC, como é o caso da Lightning Network, uma solução de segunda camada (layer 2) que deve impactar na resolução de problemas de escalabilidade, do RSK, que pretende ser uma solução para viabilizar smart contracts na blockchain no Bitcoin, além dos Atomic Swaps que por permitir a troca de ativos descentralizadas nas blockchains pode trazer novas funcionalidades ainda não imaginadas.

Ofir Beigel, CEO e fundador da 99 coins, concorda com analista da BBOD e afirma que sempre que há uma queda na recompensa por bloco ela é seguida por um aumento no preço, como em 2016, quando a recompensa saiu de 25 BTC por bloco para os atuais 12,5 BTC e o preço passou de US$450 para cerca de US$6.600 atuais.

“O mesmo deverá acontecer sempre, e a ideia do Bitcoin valer US$50 mil ou US$100 mil não esta longe, assim no futuro os satoshis poderão valorizar de tal forma a se tornarem uma unidade de transação comum enquanto o BTC será apenas para grandes fortunas e taxas de 10 mil satoshis hoje podem ser enormes quantias com o decorrer do tempo”, afirma.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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