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BIS afirma que pandemia pode impulsionar demanda por moedas digitais de bancos centrais

Um boletim divulgado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) na sexta-feira, 03 de abril, observou que “a pandemia de Covid-19 levou a preocupações públicas sem precedentes sobre transmissão do vírus por meio do uso de dinheiro em espécie”.

De acordo com o boletim, a pandemia poderá desencadear uma mudança no comportamento de pagamentos. Preocupações de que o dinheiro em espécie possa ser um vetor para a disseminação da doença – algo que já levou o governo da China a ordenar a destruição de cédulas de renminbi – podem estimular a demanda por métodos de pagamento digitais, como as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDC).

E embora o BIS aponte que “os cientistas observam que a probabilidade de transmissão do vírus por meio de cédulas de dinheiro é baixa quando comparada a outros objetos tocados com frequência”, os bancos centrais adotaram medidas para ajudar a amenizar esses medos, como o já citado exemplo chinês.

Ainda assim, como escreveram os autores do aviso, é preciso cautela na adoção de pagamentos digitais para evitar que grupos de pessoas fiquem excluídos do sistema.

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“Uma avaliação realista dos riscos de transmissão através de dinheiro em espécie é particularmente importante porque pode haver consequências distributivas de qualquer afastamento do dinheiro. Se o dinheiro geralmente não for aceito como meio de pagamento, isso poderá abrir uma ‘divisão de pagamentos’ entre aqueles com acesso a pagamentos digitais e aqueles que não possuem acesso. Isso, por sua vez, pode ter um impacto especialmente grave nos consumidores não bancários e idosos.”

Como um dos fatores positivos, o BIS destaca que “as infraestruturas de pagamento operadas pelos bancos centrais, resilientes e acessíveis, poderiam rapidamente se tornar mais proeminentes, incluindo as CBDCs”.

Certamente, o aviso não prevê que as CBDCs (que existem amplamente no campo da pesquisa e experimentação, com esforços mais avançados vistos saindo do banco central da China) possam mudar o cenário de pagamentos mundial, mas sim o cenário de pandemia persistente, que já infectou mais de 1,3 milhão de pessoas no mundo inteiro.

“No contexto da crise atual, o CBDC precisaria, em particular, ser concebido, permitindo opções de acesso para as interfaces técnicas sem banco e sem contato, adequadas para toda a população. A pandemia pode, portanto, colocar as solicitações de CBDCs em foco mais agudo, destacando o valor de ter acesso a diversos meios de pagamento e a necessidade de qualquer meio de pagamento ser resiliente a uma ampla gama de ameaças”, conclui o documento.

Leia também: Boletins da CVM destacam efeitos do coronavírus no mercado

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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