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Binance tentou contratar atual chefe da SEC como consultor, diz WSJ

A exchange de criptomoedas Binance tentou contratar Gary Gensler como consultor anos antes dele chegar à chefia da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, a tentativa da contratação aconteceu em 2018 e 2019. Na época, Gensler ainda era professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Contudo, o atual presidente da SEC teria recusado a oferta, segundo mensagens obtidas pela reportagem.

“Observo que, embora Gensler tenha recusado a assessoria, ele foi generoso em compartilhar estratégias de licenciamento”, escreveu Harry Zhou em uma mensagem de bate-papo na época, segundo o WSJ.

Enquanto ainda trabalhava para uma empresa financiada pela maior exchange de criptomoedas do mundo, em outubro de 2018, Zhou chegou a se reunir com Gensler e com a ex-chefe do braço de risco da Binance, Ella Zhang.

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Além disso, outra pessoa ligada à exchange teria dito, via mensagem, que Gensler, ex-banqueiro de investimentos do Goldman Sachs, “provavelmente voltaria ao cargo de regulador se os democratas vencessem as eleições de 2020”, quando Joe Biden foi eleito. Então presidente, Biden nomeou Gensler em abril de 2021, para servir como o 33º presidente da SEC. Genser tem um mandato de cinco anos. Assim, deve ficar na SEC até 2026.

Binance tentou se distanciar da Binance.US

A tentativa de contratar Gensler fazia parte da estratégia da Binance de se “distanciar” da Binance.US, empresa da focada no mercado dos EUA, criada em 2019. O WSJ citou uma apresentação interna da empresa intitulada “Isulate Binance from US Enforcement” (“Isole a Binance da aplicação dos EUA”, em tradução livre) cujo foco principal era enfatizar que a Binance.US era independente da matriz global.

Mas a reportagem diz que a Binance e a Binance.US estão mais ligadas do que as empresas divulgaram. Segundo o WSJ, as duas entidades chegaram a compartilhar equipes, finanças e uma entidade afiliada que comprava e vendia criptomoedas.

Essa ligação entre as entidades vem sendo alvo de investigações por parte de autoridades dos EUA. Caso os reguladores do país determinem que a Binance tem controle sobre a sua entidade nos EUA, eles podem reivindicar o poder de policiar todos os negócios do grupo.

Em uma declaração enviada por e-mail à Reuters, um porta-voz da exchange disse:

“Nós já reconhecemos que não tínhamos a conformidade e os controles adequados durante aqueles primeiros anos. Mas somos uma empresa muito diferente hoje quando se trata de conformidade”.

Binance foca em conformidade

Ainda como parte de sua estratégia de conformidade, a Binance contratou como conselheiros outros funcionários do governo dos EUA, incluindo o ex-senador Max Baucus.

A exchange também passou a contar com Stephen McWhirter, ex-funcionário da Autoridade de Conduta Financeira (FCA) do Reino Unido, como chefe de regulamentação global.

O ex-agente especial do Internal Revenue Service (IRS), o serviço de Receita dos EUA, Tigran Gambaryan, também passou a atuar como vice-presidente de inteligência global e investigações da Binance.

Além disso, também foi contratado pela Binance Greg Monahan, ex-investigador Criminal do Tesouro dos EUA. Em agosto de 2021 ele passou a ser o líder global da área que reporta crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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