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Binance não aceitará mais cartões de bancos sancionados na Rússia

Na última semana, o vice-primeiro-ministro e ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, pediu que as exchanges de criptoativos bloqueassem os endereços de usuários russos. Segundo ele, a medida auxiliaria no combate aos invasores.

Na ocasião, plataformas como Binance, Kraken e Coinbase disseram que não o fariam. Em vez disso, disseram que rastreariam usuários e bloqueariam pessoas alvo de sanções.

Mas agora, a Binance anunciou uma medida que atende, de alguma forma, o pedido. Conforme noticiado pela Reuters, a exchange de criptomoedas afirmou nesta quinta-feira (3) que os titulares de cartões de bancos russos sancionados não poderão usá-los em sua plataforma.

Além disso, a empresa confirmou que os indivíduos sancionados tiveram seu acesso restrito às negociações de criptomoedas.

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Bloqueio de operações com criptomoedas na Rússia

Quando instadas a bloquear as operações de usuários russos pelo governo ucraniano, as exchanges disseram que banir uma nação inteira seria contrário ao ethos do Bitcoin. Afinal, uma das premissas da criptomoedas consiste em oferecer acesso a pagamentos a todos sem supervisão do governo.

A Binance, em particular, forneceu o seguinte comentário à Reuters:

“Não vamos congelar unilateralmente milhões de contas inocentes dos usuários. Criptomoedas deveriam proporcionar maior liberdade financeira para as pessoas em todo o mundo.”

De acordo com o CryptoCompare, a Binance responde por 40% de todas as transações de criptomoedas em rublos. Vale destacar que a empresa doou US$ 10 milhões em criptomoedas em apoio à Ucrânia, conforme noticiou o CriptoFácil.

Criptomoedas para contornar sanções

Nesse contexto, especialistas em combate à lavagem de dinheiro com criptomoedas disseram que as pessoas alvo de sanções poderiam tentar movimentar fundos por meio das criptomoedas com foco em privacidade. 

Apesar disso, o Tesouro dos EUA afirmou que empresas ou indivíduos russos não poderiam usar criptomoedas para contornar sanções. Isso porque teriam problemas na conversão de moedas digitais em dinheiro tradicional:

“Mesmo no nível das elites individuais, a lavagem de bilhões de dólares por meio de carteiras digitais se exporia a esses fluxos de rastreamento nos mercados de moedas virtuais”, disse um porta-voz.

O representante do Tesouro disse ainda que as regras contra a lavagem de dinheiro também se aplicam às exchanges de criptomoedas.

Problemas para exchanges

Apesar disso, há quem acredite que permanecer com operação ativas na Rússia pode ser arriscado para as próprias exchanges.

Foi o que alertou Joby Carpenter. Ele é especialista em cripto e finanças ilícitas da Association of Certified Anti-Money Laundering Specialists.

“As exchanges e, em última análise, os bancos onde os criptoativos estão off-ramp precisarão estar alertas a esses esforços para evitar violar sanções ou legislação de terrorismo”, disse Carpenter.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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