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Batalha final: vai começar o desafio das exchanges na Suprema Corte da Índia

Uma grande batalha está prestes a começar na Índia. As exchanges do país começarão a decidir o futuro de suas operações. E o resultado desse duelo pode definir o destino de um mercado que tem potencial para alcançar mais de um bilhão de pessoas.

De acordo com o portal de notícias Quartz India, esta quarta-feira, 12 de setembro, será o dia em que a Suprema Corte do país iniciará as audiências finais sobre o caso das exchanges de criptomoedas e o Reserve Bank of India (RBI), o banco central. Ao final do processo, saberemos se as exchanges receberão algum alívio na repressão que vem sendo exercida pelo órgão regulador do mercado indiano.

O início

Toda a história começou em maio, quando a Suprema Corte pediu que as exchanges do país se envolvessem diretamente com o banco central por um período de 30 dias, enquanto os tribunais estavam de férias. Em julho, a pedido da corte, o RBI as razões que o faziam ser contrário às criptomoedas.

Inicialmente, a decisão foi tomada com o objetivo de proteger investidores que pudessem estar expostos a fraudes ou a fortes flutuações de preços do Bitcoin. Como quando a moeda perdeu quase US$ 200 bilhões em capitalização de mercado em apenas dois meses, depois de atingir o pico de preço em dezembro de 2017 – o RBI apontou esse fato em seu relatório anual divulgado no mês passado.

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Como essas transações são anônimas, manter uma guia nos fundos canalizados para elas também pode ser uma tarefa difícil. Além de lavagem de dinheiro e financiamento de atos terroristas, isso também pode levar a problemas fiscais. A ascensão de fraudes com criptomoedas globalmente é um caso em questão.

Essas moedas digitais não têm valor intrínseco, afirmou o RBI e também o ministro das finanças do país, já que não são apoiadas por ativos, e esse é outro problema. Em vez disso, o banco central está considerando criar uma moeda própria para resolver esse problema.

Até mesmo o governo se sentiu desconfortável com as criptomoedas e as comparou a esquemas de pirâmide. A polícia começou a agir com truculência em diversos casos envolvendo criptomoedas, algo que levou os cidadãos do país a se manifestarem contra a repressão ao Bitcoin. Ao mesmo tempo, o governo emitiu alertas advertindo as pessoas contra o investimento em criptomoedas.

Enquanto isso, formou-se um painel em dezembro de 2017 que está atualmente estudando moedas virtuais e formas de regulá-las. O comitê é dirigido por Subhash Chandra Garg, secretário do departamento de assuntos econômicos, e inclui membros do RBI e da Comissão de Valores Mobiliários da Índia (SEBI).

Os argumentos das exchanges

As transações em moeda virtual e, principalmente, as proibições, desafiam o diktat (decreto) do RBI principalmente por dois motivos.

Estes são o artigo 19 (1) (g) da constituição indiana, que permitem aos cidadãos o direito de exercer qualquer ocupação, comércio ou negócio, e o artigo 14 que proíbe a discriminação e exige igual proteção sob a lei para todos.

As exchanges afirmam que seguiram em grande parte as diretrizes adequadas de conhecimento de seus clientes (KYC) e de lavagem de dinheiro (AML) e também que ajudam as autoridades a rastrear  todo dinheiro movimentado. Agora, no entanto, devido à repressão, uma grande parte do mercado que ainda realiza operações teve que migrar para transações em dinheiro, o que pode ir na contramão e impulsionar atividades ilegais, um resultado reconhecido até mesmo pelo RBI recentemente.

As exchanges também afirmam consistentemente que estão abertas a mais escrutínio e regulamentações por parte do governo. Em suas mensagens para o RBI, os participantes do setor concordaram em incluir mais informações e medidas de precaução, como detalhes do passaporte e cobertura do seguro.

Quanto às fraudes, as bolsas argumentam que elas podem acontecer em qualquer lugar onde dinheiro está envolvido e, portanto, não faz sentido ser esse o motivo para a proibição.

Todos esses argumentos estarão à luz de todos a partir de amanhã, quando começará a audiência na Suprema Corte. Ainda não se sabe quantas sessões ocorrerão antes que seja dada a sentença final. Acompanharemos o desenrolar de toda essa batalha.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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