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Banco Inter sobe 6% após confirmação de listagem de ações nos EUA

O Banco Inter (BIDI4) anunciou uma reorganização que inclui a retirada de suas ações na B3. Conforme fato relevante divulgado nesta quinta-feira (7), o banco terá suas ações listadas nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com o aviso, a empresa terá uma nova marca, que se chamará Inter Platform Inc. Os papéis continuarão sendo negociados na B3, mas apenas na forma de Brazilian Depositary Receipts (BDR).

Como resultado do anúncio, as ações do banco operam em forte alta na B3. Os papéis preferenciais registram alta de 6,48%, aos R$ 14,96, enquanto as Units (BIDI11) operam aos R$ 44,29, alta de 6,49%.

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Entenda o caso

Primeiramente, a reorganização ocorrerá por meio da incorporação de todas as ações do Inter por sua controladora direta, a Inter Holding Financeira S.A.. Nesse processo, as ações será convertidas em ações resgatáveis que ficarão em posse dos atuais acionistas do Inter.

Em seguida, a incorporação será votada em Assembleia Geral Ordinária (AGE), onde os acionistas decidirão se aprovam ou rejeitam a medida.

Caso seja aprovada, a incorporação ocorrerá através do resgate, por resgate pela holding, das ações. O resgate será feito de duas formas: a primeira é mediante pagamento aos acionistas do Inter em ações classe A (BDRs) da Inter Platform.

Na segunda opção, o montante correspondente ao valor econômico das ações será pago aos acionistas. O pagamento será feito em reais.

O processo resultará na criação de novas ações de dois tipos: classe A e classe B. As ações classe A serão negociadas livremente na Nasdaq, a bolsa de tecnologia americana.

As ações classe B, por sua vez, estarão nas mãos dos controladores do Inter e, portanto, não poderão ser negociados em bolsa. Mas os controladores podem convertê-los em ações classe A, caso seja do interesse deles.

Com a mudança, os papéis BIDI3, BIDI4 e BIDI11 serão removidos da B3. Em seu lugar entrarão os BDRs, que terão seus códigos definidos futuramente.

Por fim, nenhum investidor será diluído. Cada titular de ações ordinárias (BIDI3) e ação preferencial (BIDI4) do Inter, bem como os titulares de units (BIDI11), terá a mesma participação proporcional no capital social da Inter Platform que detinha no Inter antes da conclusão da reorganização.

Família Menin manterá controle

A retiradas das ações do Inter da B3 e a listagem nos EUA faz parte de uma estratégia da família Menin, controladores do banco. Com a listagem na Nasdaq, os Menin conseguirão manter o controle do Inter mesmo tendo menos de 50% das ações.

No momento da escrita deste texto, a família Menin possui a maioria das ações ordinárias, que dão direito a voto. No entanto, essa quantidade já está próxima do limite de 50%.

De acordo com a lei brasileira, se o controlador tiver menos de 50% das ações ordinárias, ele perde o controle da empresa. Logo, a família Menin não poderia vender mais das suas ações.

Todavia, a lei estadunidense prevê o mecanismo conhecido como “supervoto”. Em outras palavras, as ações de propriedade dos controladores (classe B) possuem mais peso nas votações das AGEs. Enquanto uma ação classe A dá direito a apenas um voto, as de classe B dão direito a dez votos.

Dessa forma, ter ações nos EUA permitirá vender uma quantidade maior de ações, mas sem perder o comando das decisões do Inter. Como o banco pretende captar mais recursos para crescer, e fará isso por meio da venda de ações, optou-se pela troca de jurisdição e também de bolsas.

A saída do Inter da B3 era especulada desde maio, após uma parceria com a Stone. Conforme noticiou o CriptoFácil, uma das metas envolvia a mudança que se concretizou nesta quinta-feira.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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