“Banco Central Mundial” estuda emissão de moedas digitais nacionais

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) publicou neste domingo, 17 de setembro, um artigo que vislumbra os benefícios e desafios atrelados à criação de bancos centrais que emitam criptomoedas. O BIS é uma instituição financeira que congrega bancos centrais de todo mundo.

A pergunta que o artigo tenta responder é a seguinte: como seriam os bancos centrais de criptomoedas (CBCC, na sigla em inglês) e como eles seriam úteis? De acordo com os pesquisadores do BIS, existem dois tipos de CBCCs que poderiam ser criados: varejo e atacado.

O artigo argumenta que vários bancos centrais ao redor do mundo estão estudando formas de utilizar a tecnologia blockchain para tornar a emissão monetária mais eficiente. “Existe confusão em relação ao que são essas novas moedas e as discussões geralmente ocorrem sem um entendimento comum do que está sendo realmente proposto“, diz trecho do artigo.

Segundo o documento, um CBCC de varejo estaria amplamente disponível para ser utilizado por consumidores que precisam executar transações corriqueiras e o CBCC de atacado teria acesso restrito à liquidação de virtual de pagamentos entre instituições.

O CBCC de varejo, devido a característica elementar de realizar transações entre pessoas diretamente (peer-to-peer), tem potencial de oferecer anonimato ao usuários similar ao que é oferecido pelo papel moeda. Se a questão do anonimato não for tão importante assim, outra vantagem seria permitir o acesso público às contas do referido banco central. “Isso algo que é tecnicamente possível há muito tempo, mas que os bancos centrais têm ficado longe disso“, diz trecho do relatório.

No que tange ao CBCC de atacado, ele poderia oferecer o anonimato que hoje inexiste nas transações de larga escala que passam pelos sistemas dos bancos centrais e que podem ser vistas pelo próprio operador central.

Dinheiro em papel é a única maneira que alguém pode armazenar dinheiro proveniente de um banco central. Se alguém quiser digitalizá-lo, alguém teria que transformá-lo em um ativo dentro de um banco comercial e isso ficaria depositado naquela banco. Um CBCC permitiria aos consumidores armazenar digitalmente ativos emitidos pelo banco central“, descreve o BIS em dos trechos da conclusão do artigo.

Os bancos centrais terão que considerar não apenas as preferências dos consumidores por privacidade e possíveis ganhos de eficiência, mas também os riscos atrelados ao sistema financeiro e econômico de maneira abrangente. Alguns riscos são atualmente difíceis de serem identificados. Por exemplo, no momento, pouco pode ser dito a respeito da resiliência cibernética dos CBCCs“, conclui o documento.

O comunicado do BIS pode ser conferido na íntegra clicando aqui.

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Milton Leal

Jornalista econômico com mais de 10 anos de experiência, documentarista e viajante do mundo. Conheceu a Blockchain no final de 2014. Desde então, acredita na descentralização como meio para a revolução.

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