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Banco central mais antigo do mundo anuncia criptomoeda própria para 2019

O Riksbank, banco central da Suécia e o mais antigo da história, pode ser um dos primeiros bancos centrais do mundo a emitir sua própria criptomoeda, fato que, segundo relatórios do próprio banco, já deve acontecer em 2019, inicialmente como um instrumento financeiro com vistas a tornar-se, até 2021, a “moeda” oficial e circulante em todo o país.

Todo o projeto do banco, como tem mostrado o CriptoFácil, vem sendo desdenhado desde 2016 e, no ano passado, uma espécie de concurso selecionou diversas propostas para viabilizar o e-Crown, entre elas, projetos apresentados pela Fundação IOTA, IBM, R3, Ericsson, entre outros. O projeto piloto envolveria a criação de uma “e-Crown baseada em valor” que poderia ser armazenada em um cartão ou em um aplicativo de celular e isso permitiria transações rastreáveis. O Riksbank também disse que é hora de começar a elaborar propostas de mudanças legislativas que possam dar legitimidade legal ao e-Crown (como pretende ser chamada a criptomoeda do país).

“O desenvolvimento de uma ou mais soluções técnicas possíveis para um e-Crown proporcionaria ao Riksbank maior espaço de manobra e conhecimento antes de uma decisão sobre a emissão ou não de uma criptomoeda própria”, afirma o banco.

“Uma solução técnica preliminar para a proposta deve se concentrar em uma ‘moeda virtual’ baseada em valor sem juros e com transações rastreáveis. O Riksbank também deve continuar investigando um e-Crown baseada em contas que exigiria coordenação com outras autoridades. É razoável que um sistema deste tipo, baseada em contas, seja construído de acordo e talvez junto com outras autoridades”, declarou.

Apesar de ser o banco central mais antigo do mundo, o Riksbank vem liderando, junto ao governo sueco, a transformação no setor financeiro e eliminando as transações com dinheiro “fisico”. Atualmente, alguns bancos no país nem mesmo trabalham com dinheiro físico e muitas lojas e restaurantes tampouco ainda aceitam esta forma tradicional de pagamento. Uma pesquisa recente do Riksbank mostrou que apenas 13% dos suecos pagaram suas compras com dinheiro físico este ano, enquanto em 2010 foram 39%.

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Desta forma, o banco revela que:

“Se a marginalização do dinheiro continuar, a coroa digital, o e-Crown, poderá garantir que o público em geral tenha acesso a um meio de pagamento garantido pelo Estado. Alternativamente, não agir face aos desenvolvimentos atuais e deixar completamente o mercado de pagamentos aos agentes privados, acabará por deixar o público em geral inteiramente dependente de soluções de pagamento privadas, o que pode tornar mais difícil para o Riksbank promover uma solução segura e eficiente como sistema de pagamento.”

Desde o ano passado, quando iniciou estudos mais avançados sobre o projeto, o Riksbank declarou que seu e-Crown tem que ter “uma base sólida, que pode ser progressivamente expandida em diferentes estágios, à medida que os requisitos para a solução se desenvolvam. A solução básica deve ser projetada para integrar novos módulos e funções através de interfaces abertas e ter interoperabilidade – Deve ser portátil tanto quanto possível e funcionar igualmente bem, independentemente do tipo de dispositivo ou sistema operacional que está sendo usado; Confiabilidade – A solução e-Crown deve ser construída de forma robusta para garantir uma boa confiabilidade operacional e fornecer a melhor proteção disponível contra ataques cibernéticos e diferentes tipos de fraude; Disponibilidade –  deve ser fácil de usar e oferecer um bom desempenho, por exemplo, em termos de velocidade de transação. Também estará disponível 24 horas por dia ao longo do ano”, destacou o documento do banco com as propostas.

“Este ano, vamos apresentar a proposta final e concreta para o e-Crown”, declarou Eva Julin, gerente do e-Crown do Riksbank.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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