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Autoridades financeiras do Reino Unido se preparam para a tecnologia blockchain

O conceito de blockchain é cada vez mais adotado por empresas ao redor do mundo. No entanto, o seu estudo e uso feitos por grandes reguladores e bolsas de mercado ainda constituem raras exceções.

Uma dessas exceções está no Reino Unido. Lá, o Grupo da Bolsa de Valores de Londres (LSEG, na sigla em inglês) e a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (FCA, na sigla em inglês) – respectivamente, a bolsa de valores e o órgão regulador financeiro do país – estão trabalhando com a startup de tecnologia Nivaura e a 20|30, uma empresa britânica, na construção de uma plataforma para emissão de participações societárias em blockchain.

Um dos projetos mais empolgantes da quarta coorte do programa de aceleração Sandbox, da FCA (40% dos projetos apresentados utilizam tecnologias distribuídas), a colaboração terá como alvo investidores institucionais e credenciados que utilizam a Turquoise da LSEG, a plataforma de negociação da bolsa para ações europeias, que permite negociar dentro e fora das bolsas tradicionais.

O objetivo é demonstrar, pela primeira vez em um acordo real, que o patrimônio de qualquer empresa do Reino Unido pode ser tokenizado e emitido dentro de um sistema de custódia, compensação e liquidação totalmente compatível com os tokens emitidos.

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Como tal, a primeira empresa a testar uma emissão primária de tokens será a própria 20|30, em setembro deste ano, um lançamento a ser seguido por um período de carência de um ano, de acordo com Tomer Sofinzon, co-fundador da empresa.

A 20|30 diz que assim que a primeira fase de teste for concluída, já existirá uma fila de dezenas de jovens empresas que querem experimentar o processo de tokenização de ativos. Entre elas, estão fabricantes de dispositivos médicos, empresas do setor farmacêutico, empresas agrícolas e fornecedores de software.

Tokens no mercado financeiro

Uma vez que os tokens de capital emitidos serão construídos sobre a plataforma Ethereum, a negociação destes presumivelmente começará a acontecer através do mercado de balcão (OTC), uma vez que o período de carência tenha passado.

“Isso é absolutamente possível”, disse Sofinzon. “Após o período de carência, podemos começar a próxima fase, para realmente testar a capacidade de negociação.”

O teste segue uma série de esforços similares para criar mercados mais líquidos aos processos de crowdfunding de ações usando a tecnologia blockchain, nos quais se incluem a Korea Exchange, que lançou o Korea Startup Market para troca de tokens em balcão, no ano de 2016.

Em um comunicado para a agência CoinDesk, a Bolsa de Londres disse que está explorando o blockchain como uma forma de ajudar pequenas e médias empresas e “inovar a emissão e tokenização de títulos habilitados para execução e liquidação dentro da estrutura de condução de negócios da Bolsa.”

“Este projeto com a Nivaura vai explorar ferramentas que poderão ajudar as empresas a levantar capital de uma maneira mais eficiente e simplificada”, afirmou o comunicado.

Estrutura e próximos passos

Tomando uma abordagem gradual passo a passo, a Nivaura demonstrou que títulos de dívida podem ser convertidos de uma maneira compatível com as regulamentações, compensados ​​e liquidados em uma blockchain pública, como o Ethereum. A empresa, de fato, executou três emissões no projeto Sandbox, como participante de duas das quatro coortes que já ocorreram no projeto.

As implicações de tokens de capital distribuídos por meio de uma grande bolsa são enormes, mas o problema inicial que o projeto se propôs a resolver é a ineficiência do crowdfunding de ações, que essencialmente opera uma relação bilateral entre o emissor da ação e o investidor.

Mas os investidores institucionais não funcionam assim. Eles exigem uma infra-estrutura de mercado confiável, fornecida neste caso pela Nivaura, alavancada pela rede da LSEG e pela capacidade de gerar ordens de compra e de venda em grande escala.

O Dr. Avtar Sehra, CEO e arquiteto chefe de produtos da Nivaura, afirmou: “alguém pode usar nossa tecnologia para fazer toda a documentação legal, tokenizar esses ativos e executá-los. A LSEG tem experiência o suficiente para ajudar a obter essas ordens para o mercado.”

Dito isto, a criação de tokens de capital não é tão simples quanto parece. Muitas vezes, as pessoas falam sobre tokenização como sendo apenas certificados digitais tokenizados que não são transferíveis, explicou Sehra.

A dívida é mais direta, disse ele, porque o token representa um vínculo.

“A equidade é impulsionada pela legislação e a legislação torna muito difícil para o símbolo ser a própria equidade.”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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