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André Bona ainda está cuidadoso em relação às criptomoedas

André Bona é um educador financeiro e professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), responsável por lecionar sobre “Alocação de Ativos” no curso de pós-graduação de Finanças, Investimentos e Banking da universidade.

Bona também tem um podcast educativo sobre investimentos e, em um episódio recente, falou sobre sua postura cautelosa sobre as criptomoedas.

Criptomoedas e blockchain

Bona inicia diferenciando criptomoedas e blockchain, ressaltando que a tecnologia por trás das criptomoedas possui aplicação em diversas outras áreas, como uma tecnologia de registros distribuídos.

“A blockchain permite um alto grau de desenvolvimento tecnológico pela maneira como lida com a validação em blocos, por isso acredito que esta é uma tecnologia que poderá ser usada nas mais diversas soluções tecnológicas.”

Após separar devidamente criptomoedas e blockchain, Bona se dedica a falar especificamente de criptoativos, afirmando sobre a falta de garantia de que o Bitcoin e demais altcoins realmente se consolidarão como moedas.

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Qual é a Amazon das criptomoedas?

O educador financeiro ressalta ainda a variedade de criptomoedas disponíveis no mercado, o que dificulta saber quais delas terão um futuro promissor. Ele traça um conhecido paralelo aos entusiastas das criptomoedas, referenciando à bolha “.com”, em meio à qual era difícil saber quais ações iriam valorizar – ou seja, é difícil descobrir quais das criptomoedas é uma Amazon.

Bona é bem sóbrio em suas pontuações, não tendo a intenção de demonizar os criptoativos, apenas relatar que atualmente os investidores estão apostando em uma possibilidade de rentabilidade no futuro. Ele ressalta ainda que outros ativos, como dólar estadunidense e ouro, são mais confiáveis como reserva de valor.

Acerca deste ponto, é possível discordar, uma vez que o Bitcoin acabou de passar por uma “fase beta” como reserva de valor e foi bem sucedido – durante as tensões entre Irã e Estados Unidos. Porém, Bona não rejeita totalmente a ideia de investimento em criptoativos, apenas aconselhando que os investidores avaliem se esse tipo de investimento é condizente com seus perfis.

Mais uma vez o educador financeiro faz uma consideração sóbria, desta vez acerca da utilização de criptomoedas para fins ilícitos. Ele ressalta que outras formas atualmente são muito mais utilizadas do que os criptoativos, não recaindo sobre eles a culpa quando se trata de sua utilização. O ponto é levantado para introduzir o argumento do educador financeiro sobre criptomoedas não serem regulamentadas, o que agrava aos seus olhos o nível de incerteza.

Ele justifica que tal incerteza é o motivo pelo qual ele não fala sobre criptoativos:

“Eu sou educador financeiro e, por isso, preciso ter muito cuidado ao tocar em termas indefinidos, na minha visão, como esse. Já pensou se eu falo pra você investir em criptomoedas e você se dá mal? Eu não gostaria nem de imaginar que, por influência minha, alguém tenha colocado grande parte de capital próprio nesse ativo. […] Isso pode ser um tiro no escuro, e eu não quero isso pra você.”

Bona não descarta que os criptoativos prestem mais rentabilidade no futuro, contudo, os pontos levantados por ele fazem com que a cautela predomine por sua parte. As palavras do educador financeiro talvez traduzam bem parte do pensamento do público, onde as criptomoedas não são tratados como algo ruim, mas que ainda precisa de esclarecimentos do ponto de vista deles.

Por enquanto, Bona não falará sobre criptomoedas, mas não descarta a possibilidade de abordar o tema no futuro. Sua visão sóbria sobre criptomoedas, contudo, pode ser interpretada como um indicador muito positivo.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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