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Análise mostra que Bitcoin aumenta retorno de ativos globais em carteiras locais

Em uma análise publicada no Valor Econômico nesta terça-feira, 19 de maio, o gestor de portfólios na Hashdex, João Marco Braga da Cunha, mostrou que o Bitcoin aumenta de forma relevante o retorno de ativos globais em carteiras brasileiras.

Antes da análise propriamente dita, Cunha explicou que, o caso do Brasil, os ativos locais oferecem possibilidades relativamente limitadas de diversificação. Isso tanto entre as diferentes classes de ativos quanto dentro de cada classe de ativos. 

Segundo ele, o problema é ainda maior quando considera-se que o universo de ativos operáveis dos grandes investidores é limitado por questões de liquidez. Desta forma, reduzindo ainda mais o potencial de diversificação das carteiras.

Adição dos ativos globais

Mas há luz no fim do túnel. Isso porque em momentos de estresse nos mercado, o dólar se valoriza em relação ao real, conforme detalhou Cunha. Nesse cenário, os ativos globais, quando referenciados nesta moeda, tem sua performance melhorada.

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Assim, os ativos internacionais passam a ter baixa correlação ou até mesmo correlação negativa com os ativos locais. Como consequência, há um alto poder de diversificação quando esses ativos são incluídos nas carteiras dominadas por brasileiros.

Levando em conta esses aspectos Cunha construiu uma carteira para analisar o desempenho de carteiras locais com ativos globais. Para isto, o gestor de portfólios utilizou a paridade de risco. Trata-se de um método que se popularizou nos anos 2000 e é baseado na premissa de que cada constituinte deve contribuir igualmente para o risco total da carteira.  

“Essa abordagem não requer qualquer premissa sobre os retornos esperados das classes que compõem o portfólio, o que, certamente contribuiu para a sua popularização”, destacou.

Desta forma, Cunha montou o portfólio local com quatro classes de ativos. São elas: renda fixa indexada à inflação (IMA-B); renda fixa prefixada (IRF-M1+); multimercados (IHFA) e ações (Ibovespa). 

Isto dado, Cunha analisou o período de quatro anos entre abril de 2016 e março de 2020. Ele também fez rebalanceamentos mensais, “a partir da matriz de covariância estimada com os retornos dos 252 dias úteis anteriores”. 

Os resultados

Como resultado, obteve-se: as alocações médias das classes foram: 40,5% para multimercados, 30,1% para prefixados, 21,5% para inflação e 7,8% para ações.

Assim, o portfólio obteve um retorno (ao ano) de 12,5% (contra 11% do CDI). A volatilidade foi de 6,9% e Sharpe (Ratio) foi de 0,22. 

Em finanças, o índice Sharpe mede o desempenho de um investimento comparado a um ativo livre de risco, após o ajuste para seu risco. Quanto maior for o valor, mais interessante e vantajoso o fundo tende a ser.

Cunha destacou que este desempenho não apresentou nada de extraordinário. Além disso, pode até mesmo ser relativizado em partes “dado um período de observação relativamente curto que inclui uma crise bastante aguda”.

Bitcoin destaca-se dos demais ativos

Então, Cunha analisou algumas possibilidades para melhorar o desempenho da carteira. A primeira alternativa óbvia, segundo ele, seria incluir o dólar. Outra, “mais arrojada” seria a exposição ao mercado de ações americano, representado pelo SPXI11, ETF local do índice S&P 500.

Neste novo portfólio, Cunha observou que o dólar, as ações dos EUA e ouro apresentaram impactos bastante semelhantes em termos de Sharpe. Os ativos dobraram o valor obtido pelas classes locais.

Entretanto, apresentaram diferentes composições entre risco e retorno. As ações dos EUA com mais retorno e mais risco, dólar com menos e ouro no meio termo. Já o Bitcoin destacou-se dos demais:

“Ele [o Bitcoin] causou uma pequena elevação do risco mas, apesar das exposições relativamente pequenas, trouxe um relevante aumento do retorno, fazendo com que o Sharpe mais do que quintuplicasse, para 1,17.”

Portanto, a análise permitiu que Cunha concluísse que alocar uma fração do risco em ativos globais é extremamente benéfico para carteiras locais. Além disso, dependendo do ativo, o benefício pode ser, predominantemente, por redução do risco ou por aumento do retorno.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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