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Acesso ao Bitcoin na Argentina é dificultado pela desbancarização, afirma especialista

Não é incomum que países em crise, como Venezuela e Argentina, sejam citados quando o assunto é adoção de Bitcoin.

Contudo, a verdade é que a adoção de criptomoedas na Argentina não é tão ampla quanto se acredita.

Felipe Fajardo, fundador da BlockLabs, conversou com o CriptoFácil sobre como é a utilização de BTC pelos “hermanos”.

Segundo ele, a desbancarização é um grande entrave para o uso de criptomoedas na Argentina.

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Um problema estrutural

Fajardo tem dupla cidadania, sendo brasileiro e argentino, e atualmente reside em Buenos Aires.

Ele assessora investidores sobre oportunidades no Brasil e Argentina, por meio da BlockLabs. A BlockLabs é uma das primeiras empresas de consultoria em criptomoedas do Brasil.

Por viver na capital argentina, Fajardo fala com propriedade sobre o uso de Bitcoin no país.

Não é novidade que a Argentina está em crise, cujo um dos sintomas é a desvalorização do peso, sua moeda.

Uma das causas da crise é estrutural. Segundo o fundador da BlockLabs, a Argentina é um país com forte setor industrial.

Entretanto, assim como no Brasil, há um movimento de desindustrialização. Isto torna o perfil da economia no país muito diversificado.

A consequência é um desequilíbrio produtivo. Quando a economia aquece, a necessidade de câmbio de insumos e bens de capital aumenta mais do que a renda em dólares.

Além disso, fiascos econômicos dos últimos governos agravaram a crise.

E o Bitcoin?

Fajardo explica que o mercado de câmbio cria um ambiente favorável ao Bitcoin.

Segundo ele, após a restrição de aquisição de dólares imposta aos argentinos:

“O Bitcoin começou a ser utilizado por investidores como um meio para realizar arbitragem e também entesouramento de dólares. Durante o período Macri, o limite mensal de compras de moedas estrangeiras era de 10 mil dólares. Hoje, no governo do Alberto, essa restrição para pessoas físicas chegou aos 200 dólares. Neste cenário de cada vez mais restrições, o Bitcoin começou a ganhar maior destaque.”

Contudo, a utilização do criptoativo não é ampla, devido a desafios culturais.

Segundo o empresário, o mercado de criptomoedas é pouco maduro e com problemas de liquidez.

Além disso, a desbancarização é prejudicial:

 “Hoje existe uma enorme população desbancarizada. Imagine comprar Bitcoins sem conta bancária, ainda mais em um contexto de pandemia onde as pessoas não podem ter muito contato social. […] Na prática, a falta de bancarização atrapalha o acesso de muita gente para comprar os Bitcoins em exchanges e P2P. Imagine morar na província de Buenos Aires e ter que ir para a Cidade de Buenos Aires com dinheiro em espécie para comprar Bitcoins.”

Por fim, Fajardo não descarta a possibilidade de crescimento do BTC na Argentina.

O cenário pós-coronavírus pode ser muito benéfico para o criptoativo:

“Acredito que o Bitcoin crescerá muito aqui, principalmente depois do cenário pós pandemia, onde teremos mais pessoas bancarizadas e dispostas a lidar com o dinheiro usando a tecnologia. Isso, combinado com as crises, pode ser um novo momento para as criptomoedas aqui.”

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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