5 lições tiradas do último “crash” das criptomoedas

Janeiro, como de costume, não foi um dos melhores meses para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin, que chegou a alcançar quase 20 mil dólares chegou a mínima de 5 mil dólares – uma perda de quase 70% do seu valor de mercado.

Muitas pessoas que entraram no mercado quando ele estava na máxima (seja por desinformação, seja pelo efeito da euforia) tiveram perdas que ainda vão demorar bastante para se recuperar. Consequentemente, essas pessoas seguiram dois caminhos: ou venderam as suas moedas na baixa, amargando prejuízo, ou seguraram na expectativa de que os preços voltassem a subir.

Se você está no segundo grupo, parabéns! Errou menos do que os membros do primeiro grupo, embora ainda tenha seguido uma estratégia equivocada.

Tendências e movimentos

Falando como alguém que está no mercado desde 2014, eu não culpo as pessoas que resolveram entrar no pico de alta. É fato conhecido que os movimentos de euforia geralmente atraem investidores menos experientes, que acreditam que o preço do ativo jamais vai cair.

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Do mercado de criptomoedas até a bolsa de valores, essa é uma tendência que parece se repetir. Basta pegarmos o exemplo da bolha das empresas pontocom e ver que não há nenhuma novidade.

Eu mesmo “perdi” dinheiro durante essa alta, uma vez que recebi meu salário em Bitcoin que, hoje, vale menos do que no início de janeiro. Não tive uma perda real pois não vendi os bitcoins recebidos, mas hoje eles valem menos.

Dessa forma, e analisando os 4 anos desde que entrei nesse mercado, trago 5 lições que aprendi sobre padrões e comportamentos do mercado que me ajudaram a tomar melhores decisões de investimento e saber comprar – ou vender – na hora certa.

Essa lições, naturalmente, não são definitivas. O mercado é formado por bilhões de pessoas que tomam decisões diariamente. Além disso, padrões passados não necessariamente irão se repetir no futuro, assim como a rentabilidade. Elas são, sim, lições que tenho certeza que servem para que nós, pequenos e grandes investidores, possamos diminuir nossas perdas ao investir em um ativo, não importa se são criptomoedas, ações ou fundos imobiliários.

Vamos à lista!

Evite comprar em rally de alta

Warren Buffet, um dos maiores investidores do mundo, possui uma frase bastante conhecida que define perfeitamente a primeira lição:

“Seja medroso quando os outros forem gananciosos e seja ganancioso quando os outros forem medrosos.”

Sempre que um mercado experimentar altas históricas de cotação, como foi o caso do mercado de criptomoedas em dezembro (e também o mercado de ações nos dias atuais) é necessário cautela. Pesquise, estude os ativos e prefira esperar. Assim, podemos comprar o mesmo ativo por preços mais baratos quando vier a correção natural.

Não invista no que não conhece

Um empreendedor resolve criar uma empresa na área de minério de ferro, mesmo sem ter a menor ideia de como funciona o mercado de commodities. Como se não bastasse, o mesmo decide pegar um empréstimo para criar sua empresa. E tudo isso sem estudar nem ter nenhum embasamento, apenas contando com a alta dos preços do minério no mercado mundial.

O exemplo acima não é nem um pouco sábio, não acham? A probabilidade do empreendedor em questão perder todo o seu capital é quase 100%.

A mesma coisa pode ser dita de alguém que pega um empréstimo ou usa o dinheiro de sua reserva de emergencia para comprar Bitcoin sem nem procurar saber como criar uma carteira.

Embora a pressa de investir leve muitos de nós a ter esse comportamento, o estudo jamais deve ser negligenciado. Eu mesmo levei 6 meses de estudo antes de comprar minhas primeiras frações de bitcoins. Sempre que me perguntam, em um cenário de alta, se é hora de investir em Bitcoin, eu já tenho uma resposta pronta:

“Não. Mas é hora de investir em conhecer o Bitcoin.”

Aprenda a identificar padrões

2018 foi o ano em que o Bitcoin experimentou uma queda inicial pela primeira vez desde 2015. Entretanto, isso não quer dizer que a correção seja uma surpresa.

Janeiro e fevereiro são meses onde costumam ocorrer fortes correções da moeda após as altas dos 12 meses anteriores, especialmente a partir de 2015.

Identificar esses padrões pode ajudar o investidor a elaborar a melhor estratégia para a sua carteira. Alguns vendem no final do ano para recomprar após a correção, outros deixam para comprar depois da queda e fazem hold. As estratégias são diversas e adequadas para cada perfil.

Bitcoin não é reserva de valor (ainda)

Mesmo uma pessoa que não comprou Bitcoin para fins especulativos e sim como reserva de valor viu seu dinheiro diminuir nos últimos 30 dias.

Nem a forte queda das bolsas de valores mundiais fez com que dinheiro fosse transferido para as criptomoedas. Em um cenário de fortes baixas, o ouro e o dólar mantiveram seu posto como ativos preferidos em termos de proteção de capital.

O que deixa mais claro duas conclusões: Bitcoin ainda é um ativo de altíssimo risco e não tem função de reserva de valor no momento. Seu potencial para isso é enorme – eu diria que muito maior do que o do ouro. Mas o metal ainda leva vantagem sobre o ativo digital. Portanto, compre sempre pensando no longo prazo.

Não teste a profundidade do rio com os dois pés

Embora Warren Buffet seja um ferrenho crítico das criptmoedas, suas lições são livres de preconceitos pessoais, sendo úteis para qualquer investidor. Aqui temos mais uma de suas frases no título desta última lição.

Junto com as quatro lições anteriores, temos aqui a mais fundamental: nunca invista todo o seu capital em um único ativo.

Sim, eu conheço muitas pessoas que investiram tudo em Bitcoin e hoje são ricas. Isso foi em 2011 ou antes, quando a moeda valia pouco. Hoje, as oportunidades disso são bem mais escassas, embora o risco ainda seja alto.

Aliás, muita gente que investiu altas somas de forma responsável no final de 2017 hoje se desespera ao ver seu patrimônio reduzido em 50%.

Portanto, nunca compre bitcoins com um valor que você não possa perder sem comprometer seu estilo de vida ou sua segurança financeira. Meu primeiro investimento em 2015 foi de meros 500 reais e nunca fiz compras maiores do que esse valor. Afinal, mais importante do que ganhar dinheiro é manter a sua paz de espirito ao evitar grandes perdas.

Conclusão

Se você investiu em Bitcoin com uma estratégia detalhada de longo prazo e não se preocupou com essa queda, certamente está em um bom caminho, tanto nos estudos quando nos investimentos.

Mas se você está no grupo de quem comprou na alta historia – independentemente se vendeu ou não depois da queda – esse texto lhe trará bem mais riqueza do que qualquer all time high.

Bom carnaval e capriche nos investimentos!

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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