A Wasabi Wallet, uma carteira de Bitcoin com foco na privacidade, está sob sendo investigada pela Europol. O motivo da investigação é o fato de criminosos da deep web estarem usando a carteira.
Desta forma, segundo a Europol, a garantia de privacidade da wallet acaba transformando-a em um “banco” de criminosos.
A Europol, a agência de aplicação da lei da União Europeia, apresentou internamente um relatório sobre a Wasabi Wallet. No documento, a Europol analisa principalmente o uso da carteira em atividades criminosas.
Citando dados do Chainalysis, a primeira parte do relatório, divulgada em abril, relata transações milionárias para a Wasabi.
“Nas últimas três semanas, BTCs no valor de quase 50 milhões de dólares foram depositados na Wasabi, com quase 30% vindo dos mercados da deep web. Uma quantidade significativa, relativamente falando, considerando-se que as transações na deep web são estimadas em apenas 1% do total de transações de Bitcoin”, diz o relatório.
Assim, o relatório destaca ainda que os recursos de privacidade da Wasabi dificultam as investigações das autoridades.
“As coisas não estão bem (…) não é fácil rastrear transações de Bitcoin que ocorrem pela Wasabi Wallet”, destacaram as autoridades.
A Europol reforçou ainda que a grande quantidade de transações com uso de Bitcoin em carteiras como a Wasabi e também em misturadores tem crescido. Os dados da Europol também foram confirmados pela empresa de análise de criptomoedas Bitfury Cristal Blockchain.
A empresa disse que a parcela de Bitcoin enviada aos misturadores pelas entidades deep webt aumentou para 20% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com apenas 1% no primeiro trimestre de 2019.
Os mixers de Bitcoin ajudam a combinar pagamentos de vários usuários em uma única transação, mascarando sua origem. Desta forma, preservam a privacidade dos usuário ocultando os endereços de destino. Por isso, acabam sendo muito usados por criminosos para camuflarem os recursos.
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