O Telegram, empresa de aplicativos de mensagens que enfrenta uma disputa legal com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) por causa de sua venda de tokens, revelou mais detalhes sobre as especificações técnicas da sua blockchain (TON) na quarta-feira, 05 de fevereiro.
Os detalhes foram divulgados por meio de um novo whitepaper que detalha o processo de validação dos blocos para sua blockchain, descrevendo-o como um protocolo tolerante a falhas bizantinas, construído sob medida para redes de prova de participação (PoS).
Os desenvolvedores, liderados pela startup TON Labs, estão acelerando o desenvolvimento da rede de teste desde a primavera passada. O documento oficial do novo protocolo de consenso dará a esses indivíduos “um entendimento formal do que estão testando”, disse Mitja Goroshevsky da TON Labs.
“O protocolo de consenso é uma parte central de qualquer blockchain e precisa ser descrito para uma análise mais aprofundada do blockchain e seu código”, disse Goroshevsky.
O documento estava planejado para ser lançado em outubro, quando a rede estava originalmente programada para ir ao ar, até que o litígio com a SEC interrompeu o processo. “O protocolo não mudou desde então”, disse ele.
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O Telegram foi processado pela SEC no ano passado por alegações de que sua ICO vendeu títulos não registrados durante a pré-venda de seus tokens Gram, a criptomoeda nativa da TON. No entanto, esse litígio não parece interromper qualquer desenvolvimento na plataforma TON.
Resultado dos testes
O protocolo foi testado em dezembro de 2018 com “até 300 nós distribuídos em todo o mundo”, de acordo com um informe oficial. O teste aparentemente mostrou que “a blockchain TON é capaz de gerar novos blocos uma vez a cada quatro a cinco segundos, conforme planejado originalmente”.
De acordo com o TON Labs, o Catchain é uma tolerância a falhas bizantina prática (PBFT), parcialmente semelhante às usadas por Tendermint (Cosmos), Algorand, Ouroboros e Casper.
No Catchain, cada tentativa de rodada inclui três etapas: nós validadores trocam candidatos a bloco para aprovação; o nó primário da tentativa atual envia o bloco candidato para votação para o restante dos nós; os nós validadores trocam votos.
Se os validadores não chegarem a um consenso, a “rodada é pulada e o novo bloco não é comprometido com a blockchain”, disse o explicador da TON Labs. “Se os validadores não alcançarem consenso por algumas rodadas, a nova eleição do validador poderá resolver o impasse”.
Em seus argumentos apresentados ao tribunal, a SEC argumentou que o Telegram não criou uma blockchain viável, como prometia fazer. Enquanto aspirava a superar o Bitcoin e o Ethereum (ETH), “o Telegram não apresentou evidências concretas de que alcançou esse objetivo, “fornecendo apenas uma “declaração vaga e inconclusiva de que a blockchain está totalmente funcional e pronta para ser lançada”, afirmou a agência.
O Telegram refutou essas alegações como irrelevantes, dizendo: “O ônus da prova que os tokens Gram serão valores mobiliários é da SEC, e não dos acusados. Não somos obrigados a provar que nossas tecnologias funcionam”.
A rede de testes da TON está em teste beta desde março de 2018. A empresa lançou o código para os nós em novembro do ano passado e pediu aos investidores que gerassem suas carteiras, mesmo com a proibição da SEC em vigor.
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