Na semana passada, o Grupo Bitcoin Banco (GBB) foi alvo de uma ação da Polícia Federal que culminou com a prisão de Cláudio Oliveira, o “rei do Bitcoin”. Agora, a PF investiga se os clientes do GBB usaram o esquema de pirâmide financeira montado por Oliveira para lavar dinheiro de outros crimes.
Após analisar a estrutura criada pelo rei do Bitcoin, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) elaborou um relatório para uso da PF na Operação Daemon.
Conforme noticiou a Folha de S. Paulo, o documento em questão detalha milhares de transações suspeitas. Tais movimentações foram feitas por pessoas físicas e jurídicas que, de alguma forma, estavam ligadas ao grupo.
O GBB, formado por diversas empresas como as corretoras Tem BTC e a NegocieCoins, era uma empresa que prometia altos rendimentos com arbitragem com Bitcoin.
Ao todo, as investigações estimam que o grupo movimentou mais de R$ 1,5 bilhão com o golpe, lesando 7 mil pessoas.
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Pelo esquema, Oliveira é investigado por crimes falimentares, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além disso, vai responder por delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.
Dois dias depois da operação, a Justiça decretou a falência do GBB, que estava em recuperação judicial desde 2019.
Rei do Bitcoin já projetava empresa de tokens em Malta
De acordo com uma reportagem da Record, o GBB não foi o primeiro esquema montado por Oliveira.
Ainda em 2008, quando vivia na Europa, Claudio Oliveira já se apresentava como dono de bancos criados por ele. Nessa época, ele conheceu sua companheira, Lucimara da Silva.
Em 2013, o “rei do Bitcoin” foi condenado na Suíça por falsificação de documentos, estelionato e abuso de confiança. Segundo a Interpol, Oliveira lesou os investidores daquele país em mais de R$ 14 milhões.
Já em 2014, o casal teria se mudado para os Estados Unidos e passado a oferecer investimentos em nome dos supostos bancos.
As ofertas também eram fraudulentas e uma das vítimas chegou a perder US$ 235 mil. Ou seja, cerca de R$ 1,2 milhão, na cotação atual.
Em seguida, os dois fugiram dos EUA, pela chamada fronteira seca rumo ao México. Depois, viajaram para o Brasil, mais especificamente para Curitiba, onde Oliveira montou o GBB.
Prisão do rei do Bitcoin
Para prender Cláudio Oliveira, a PF o monitorou por meses em um imóvel alugado ao lado do esconderijo do investigado.
Em uma chácara, a polícia encontrou uma coleção de armas de propriedade de Oliveira. Ademais, a PF apreendeu joias, 14 carros de luxo, bolsas de grife e dinheiro vivo. Os bens foram avaliados em um total de R$ 5,8 milhões.
Ainda segundo a PF, antes de ser preso, Oliveira também já estava articulando a criação de uma nova empresa, com sede em Malta, focada em operações com tokens.
A esposa de Oliveira, um suposto agiota e uma terceira pessoa, ligados ao GBB, vão responder em liberdade.
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