Joaquim Levy, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), disse durante um evento realizado no Rio de Janeiro que a tecnologia blockchain pode ser usada para emitir e controlar a dívida pública do Brasil e também para combater operações ilegais, garantindo a origem dos produtos.
“A emissão da dívida pública em blockchain, com o uso de contratos inteligentes, permite automatizar a emissão e a comercialização de forma inovadora nesta classe de ativos de grande abrangência e fundamental para a economia. Os contratos inteligentes embutidos no código que caracterizam esta tecnologia permitem administrar e vender a dívida pública de forma automatizada e segura, com a transparência associada a este tipo de registro público distribuído”, disse.
Levy, que deixou o BNDES depois de alguns desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro, reforçou que a tecnologia pode ajudar a garantir a transparência de gastos públicos e na certificação de produtos.
“A blockchain pode ajudar muito o governo a ter controle de seus gastos e ajudar a população a monitorar estes gastos, simplificando a auditoria e criando uma gestão integrada entre setor público e privado onde tudo fica registrado na cadeia de blocos, registrando as compras e os beneficiários de cada ação. Ela pode inclusive ajudar o trabalho de fiscalização dos tribunais de contas”, disse.
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