O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) pretende emitir sua própria criptomoeda.
Segundo o portal de notícias chinês The Paper, o BIS pretende emitir sua moeda digital de banco central (CBDC) em parceria com o Banco Central da Suíça (BNS).
A informação foi revelada por Benoit Coeure, chefe do Centro de Inovação BIS. Coeure falou no Bund Summit em Xangai, realizado entre 23 e 25 de outubro.
Segundo ele, a prova de conceito estará pronta antes do final do ano.
BIS testará integração entre CBDCs e “vida real”
Para o executivo, o teste abrirá caminho para o estudo casos de uso da CBDC no varejo. Assim, seria possível verificar se ela pode ser equivalente ao dinheiro em espécie.
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Os testes pretendem incluir a integração com os sistemas de pagamento existentes, uma função na identidade digital e rastreamento de compliance financeiro, de acordo com o relatório.
Esses casos de uso exigiriam mais trabalho na tecnologia blockchain subjacente à CBDC, disse Coeure.
O BIS também examinará como uma CBDC pode facilitar os pagamentos transfronteiriços usando moeda digital entre bancos centrais.
Segundo Coeure, o Centro de Inovação do BIS já realiza experimentos em Cingapura, Suíça e Hong Kong. Seus planos incluem realização de testes na Alemanha, França, Reino Unido, Suécia e Canadá.
Mudança de postura do BIS e bancos centrais
Os comentários de Coeure revelam uma profunda mudança de postura do BIS em relação às CBDC.
Em março, o chefe do BIS afirmou que a emissão de moedas digitais poderia trazer “consequências imprevisíveis“. Na ocasião, o banco JPMorgan tinha anunciado que lançaria uma criptomoeda própria.
Recentemente, muitos bancos centrais começaram a fazer estudos sobre CBDCs, incluindo o Banco Central do Brasil. Com isso, parece haver um movimento geral em direção ao lançamento de moedas digitais nacionais nos próximos anos.
Além do Brasil, estudos sobre CBDCs estão ocorrendo nos bancos da Rússia, Coréia do Sul e Japão. Um euro digital também parece muito provável, de acordo com líderes do Banco Central da Europa.
Impulsionando o movimento, está o Banco Popular da China, cuja moeda digital já está em fase de testes.
A China poderá ser a primeira grande economia a contar com uma CBDC, mas não será pioneira. Isso porque as Bahamas lançou seu “dólar de areia”, versão digital da moeda do país, na semana passada.
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