A ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, e o co-fundador da FTX, Gary Wang, se declararam culpados de acusações ligadas ao colapso da FTX. O anúncio partiu do procurador dos EUA, Damian Williams, na noite de quarta-feira (21).
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e a Comissão de Negociação de Futuros e Commodities (CFTC) também anunciaram acusações contra a dupla. De acordo com os órgãos, Ellison manipulou o preço do token FTT, o qual a SEC classificou como um valor mobiliário.
Embora os dois façam parte do esquema, o processo afirma que a coordenação total era de Sam Bankman-Fried, o SBF. O fundador da FTX está preso nas Bahamas e deve ser extraditado para os EUA em breve.
Acusados colaboram com as investigações
Conforme explicou Williams, a dupla está cooperando com os investigadores fornecendo informações. Mas o procurador não explicou exatamente quais são as acusações contra Ellison e Wang. Os registros do tribunal não estão disponíveis ao público por enquanto.
No início do mês, SBF foi acusado de oito crimes pelo Tribunal do Distrito Sul de Nova York. As acusações incluem lavagem de dinheiro, fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários e violações de financiamento de campanha. Portanto, Ellison e Wang devem ter enfrentado acusações semelhantes.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
O ex-CEO da FTX concordou com sua extradição para os EUA na terça-feira (20), conforme noticiou o CriptoFácil. Segundo Williams, SBF já está sob custódia do FBI e vai comparecer ao tribunal “assim que possível”.
“Este trio participou ativamente de um esquema para ocultar informações relevantes dos investidores da FTX, inclusive por meio dos esforços do Sr. Bankman-Fried e da Sra. Ellison para inflar o valor do FTT. O token, por sua vez, serviu como garantia para empréstimos não divulgados que a Alameda tomou com a FTX”, disse Sanjay Wadhwa, diretor de execução da SEC.
A denúncia coloca várias declarações em que SBF fez declarações públicas e forneceu documentação aos investidores por meio de demonstrações financeiras auditadas, de que a Alameda não recebeu tratamento preferencial da FTX.
“Dado seu envolvimento no esquema fraudulento aqui descrito, os réus sabiam ou foram imprudentes em não saber que essas declarações aos investidores eram falsas e enganosas e que eram importantes para os investidores da FTX”, diz a denúncia.
- Leia também: Paxful deixa de oferecer negociação de Ethereum: ‘Integridade acima da receita’, diz CEO
FTT é um valor mobiliário
Além das denúncias, a SEC também partiu para cima do token FTT, classificando-o como um valor mobiliário. Nesse sentido, o órgão afirmou que a FTX vendeu o token como um contrato de investimento, o que caracteriza o FTT como um “título”.
Na denúncia, a SEC destacou que a FTX usaria os recursos da venda de tokens para financiar o desenvolvimento, marketing, operações comerciais e crescimento da exchange. Ao mesmo tempo, a empresa usava linguagem para enfatizar que a FTT é um “investimento” com potencial de lucro.
“Os materiais da FTT deixaram claro que os esforços da equipe principal de gerenciamento da FTX impulsionariam o crescimento e o sucesso final da FTX.”
Essa classificação pode ter um grande impacto no mercado de criptomoedas como um todo, pois a SEC pode utilizá-la como jurisprudência para outros tokens. Atualmente, o órgão faz distinção de criptomoedas entre commodities (como o Bitcoin e o Ether) e valores mobiliários (outros tokens).