Ai Weiwei é um dos maiores artistas plásticos do mundo e seus trabalhos são reconhecidos, exibidos e negociados por todo o globo. Suas obras já chegaram a ser vendidas por até US$28,6 milhões e, em sua maioria, são críticas ao governo comunista da China, o que já lhe valeu ampla perseguição em território chinês, prisão e a destruição total de seu ateliê.
Buscando ampliar ainda mais sua arte, que em muitos casos dialoga com a tecnologia, Weiwei anunciou, segundo a publicação Motherboard, uma parceria com o artista irlandês Kevin Abosch, que, como mostrou o CriptoFácil, utiliza amplamente blockchain e criptomoedas em suas obras.
Juntos, Ai e Abosch criaram um projeto chamado PRICELESS que busca desencadear uma mudança de mentalidade em torno do valor da vida humana e especificamente do tratamento de refugiados por nações usando a blockchain do Ethereum. O PRICELESS (PRCLS) é composto por dois tokens ERC-20, enquanto um não estará disponível para distribuição, o outro é destinado à distribuição e é divisível em até 18 casas decimais.
“Para mim, blockchain não é sobre tecnologia, mas uma oportunidade para montar um novo sistema que possa desmantelar o antigo sistema, ou pelo menos oferecer uma nova possibilidade de comunicação. Não trata-se de um potencial para criar arte, mas sim questionar o sistema existente e o potencial para criar um novo sistema fora do estabelecido”, disse Weiwei a publicação.
Endereços de carteira contendo quantidades nominais do token PRCLS já foram impressos em papel e vendidos aos compradores, com cada endereço da carteira representando diferentes “momentos inestimáveis” compartilhados entre Ai e Abosch, ilustrando como o token pode representar valor.
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“A partir do momento em que nascemos, as pessoas tentam atribuir valor a nós – ‘oh, aquele menino é tão cheio de potencial, ou oh, aquela garota é inútil’ – é algo que a sociedade faz para nós e é algo que fazemos a nós mesmos. Nosso projeto é apenas mais uma coisa para envolver as pessoas na esperança de que elas gastem um pouco mais de tempo refletindo sobre a perversidade de como a maioria de nós atribui valor às coisas”, disse Abosh.
Weiwei e Abosch planejam distribuir mais amplamente o tokens PRCLS em setembro e se concentrarão em colocá-lo nas mãos de instituições, acadêmicos e, em geral, de qualquer pessoa que possa ampliar a conversa em torno do valor da vida humana e de quão “ferrado” tudo está agora. Weiwei e Abosch se conheceram anos atrás quando foram apresentados por um amigo em comum, e o PRICELESS marca sua segunda obra colaborativa (o primeiro foi um trabalho fotográfico chamado “Transmission”, em 2016).