Conforme relatado pelo Ethereum World News nesta quarta-feira, 12 de junho, um relatório realizado pela AnChain.AI revelou o fato de que US$6 milhões em transações na plataforma EOS são feitas por robôs (ou bots, no termo em inglês). A AnChain.AI é uma empresa de tecnologia que fornece soluções de segurança baseadas em inteligência artificial até o ecossistema blockchain, tendo a mesma afirmado que as atividades maliciosas representaram este valor no primeiro trimestre de 2019. O estudo tem o intuito de ser o mais completo sobre os robôs sendo executados no ecossistema EOS.
Além disso, o estudo também descobriu que pelo menos 51% de todas as contas únicas da EOS e 75% de todas as transações foram realizadas por robôs. A EOS atualmente é a sexta maior criptomoeda do mundo, com um valor de mercado de US$6,587 bilhões. Entretanto, a atividade de robôs mencionada no relatório ameaça a integridade dos dados sobre o mercado de criptomoedas.
Isso afeta, por exemplo, o resultado de métricas como volumes de transação, atividade de usuários e volumes diários de transação. Tais métricas têm papel fundamental quando investidores estão medindo a solidez tecnológica de uma criptomoeda.
Dados de mercado da EOS são manipulados
Consequentemente, se os dados disponíveis foram manipulados por meio de atividades de robôs, torna-se impossível saber como será o futuro do projeto. O estudo da AnChain também examinou dados transacionais dos maiores DApps (aplicações descentralizadas) da EOS, que são plataformas de apostas. O grupo de DApps produz cerca de 65% do volume de troca da EOS. Utilizando inteligência artificial, a AnChain conseguiu segregar contas muito ativas e repetitivas que eram claramente bots maliciosos.
Victor Fang é CEO da AnChain e levantou a hipótese de que estes robôs maliciosos foram programados para congestionar o sistema da EOS, aumentando sua liquidez, impulsionando seu valor de mercado e garantindo lucro com o DApp. Ele também sugeriu que talvez os bots estejam realizando um ataque direcionado.
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Fang ressaltou ainda um caso semelhante, onde cinco endereços da rede Ethereum utilizaram 50 mil robôs maliciosos para obter US$4 milhões a partir de uma falha em um jogo de apostas.
Uma série de eventos infelizes
A EOS tem sido protagonista de más notícias recentemente, tendo a plataforma recebido um rebaixamento da Weiss Ratings, empresa que realiza uma classificação de projetos de criptomoedas. A empresa de pesquisa afirmou que a EOS possui um problema significativo de centralização, conforme revelado em uma publicação do CriptoFácil feita recentemente.
A ação é drástica, tendo em vista que a Weiss Ratings recentemente colocou a EOS ao lado do Bitcoin e do XRP em seu relatório de tendências emergentes no mercado de criptoativos. À época, a empresa recebeu nota A e foi considerada capaz de desafiar o Ethereum pelo posto de “espinha dorsal da nova internet”.
O desenvolvedor da plataforma Dan Larimer foi recentemente citado em uma pesquisa da BitMEX. O relatório de 17 mil palavras sugere que após extensos testes, as aplicações da EOS ao mundo real não diferem daqueles executadas na plataforma Ethereum.
A falta de descentralização é uma das maiores falhas da plataforma EOS. A pesquisa da BitMEX fala sobre esta questão, concluindo que:
“Não há um protocolo adequado utilizado para prevenir que produtores de bloco realizem um acordo para se perpetuarem em seus cargos. Isso prova o alto nível de centralização que existe na rede EOS, e o tremendo poder que estes produtores de bloco possuem.”
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