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Operador do Bitcoin.org deve revelar sua identidade para enfrentar Craig Wright nos tribunais, determina justa britânica

Cøbra, o operador pseudônimo por trás do site bitcoin.org, deve revelar sua identidade caso queira contestar os custos legais exigidos pelo autoproclamado inventor do Bitcoin, Craig Wright. A decisão partiu do Tribunal Superior de Londres, instância que julga a disputa entre ambos.

Conforme noticiou o CriptoFácil, Cøbra perdeu uma ação contra Wright em primeira instância nos tribunais britânicos em julho. A justiça britânica concedeu a Wright os direitos sobre o software e o white paper do Bitcoin Core, que são hospedados pelo bitcoin.org.

Como resultado, o site precisou retirar o white paper e o software para usuários britânicos, que não conseguem mais acessá-lo. Cøbra e bitcoin.org de infringir seus direitos depois que o site publicou o white paper, atribuído a Satoshi.

Wright buscou uma declaração de que, como Satoshi, ele possuía os direitos autorais. O cientista da computação australiano afirma ser Satoshi Nakamoto, o inventor do BTC, desde 2016. Contudo, ele nunca apresentou nenhuma evidência sólida para sustentar sua alegação.

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Wright recebeu permissão para apresentar documentos legais sobre Cøbra em abril de 2021. Em junho daquele ano, depois que Cøbra não compareceu ao tribunal, um juiz emitiu uma ordem o desenvolvedor retirar o white paper.

Apareça ou perca

Jason Rowley, juiz responsável pelo caso, disse que o movimento para contestar os custos está em contraste com o processo substantivo em que o réu parecia bastante otimista sobre o efeito da liminar. Ou seja, a remoção do documento relevante do site. Por isso, Rowley determinou que Cøbra terá que revelar sua identidade se quiser apelar contra a decisão.

“Cheguei à conclusão de que, se o réu deseja contestar a conta de custas do reclamante, ele terá que se identificar da maneira indicada no aviso de inscrição. Até que isso ocorra, o tribunal não pode tomar conhecimento dos pontos de disputa apresentados”, disse Rowley.

O juiz afirmou que se Cøbra não desejar revelar seu rosto, ele pode solicitar o anonimato. No entanto, o programador deverá no mínimo revelar o seu verdadeiro nome.

“Aceito que isso geralmente não impede o oponente de saber quem é a parte, mas essa é a medida em que uma parte pode estar envolvida no processo e limitar sua identificação”, disse a decisão.

O tempo do processo começou a contar a partir da quinta-feira (23). Com iss Cøbra tem 21 dias a partir para apelar da decisão, mais 14 dias para “se identificar se vai fazê-lo”. O que dá um prazo total de cinco semanas.

A soma total encomendada para os custos do processo é de 35.000 libras esterlinas, ou R$ 227 mil em valores atuais, incluindo impostos.

Nova derrota para o “falso Satoshi”?

Esta não é a primeira vez que Wright defende sua alegação de ser Satoshi em um tribunal. O cientista fez a mesma coisa no final de outubro perante uma corte na Noruega, quando enfrentou Magnus Granath, conhecido como Bitcoiner Hodlonaut no Twitter.

Na ocasião, Wright sofreu um revés quando a corte norueguesa determinou que ele não conseguiu provar que é Satoshi. O juiz do caso decidiu que havia evidências suficientes de que Wright mentiu e trapaceou em suas tentativas de provar que era de fato o inventor da criptomoeda.

A corte determinou que Wright deveria pagar cerca de R$ 2 milhões a Granath, bem como os custos do processo. Os advogados de Wright recorreram da decisão.

Réus não identificados normalmente não são obrigados a revelar a si mesmos e seus endereços em casos semelhantes. Esta instância é diferente porque o operador pseudônimo de bitcoin.org, por meio de seus representantes, contestou os custos legais de Wright. 

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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