A Microsoft ganhou registro no Brasil para uma série de aplicações destinadas à modernização no campo. O programa chamado Microsoft Farmbeats terá diversos desenvolvimentos com blockchain. De acordo com a Revista de Propriedade Intelectual do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), o Farmbets engloba desde consultoria até a efetiva operação no campo.
“O Brasil é um dos primeiros países que vem à mente quando pensamos em agricultura. Desenvolvemos o FarmBeats de maneira que sua tecnologia pudesse ser aplicada aqui e em outros países em desenvolvimento”, disse à revista Época Ranveer Chandra, cientista-chefe global da Azure e responsável pela criação do projeto.
Para Chandra, os dados ajudam a criar uma agricultura mais precisa e cita o mapeamento de uma fazenda por exemplo, no qual é possível medir a umidade, o índice de PH, a temperatura e os nutrientes do solo em cada área, assim, em vez do agricultor aplicar a mesma quantidade de água, fertilizantes e pesticidas de forma homogênea em todo o campo, ele aplicará somente onde for necessário.
“Dessa forma, você aumenta o rendimento, reduz o custo e reduz o impacto ao meio ambiente”, destaca.
O cientista também acredita que a alimentação é um dos grandes problemas da humanidade e afirma que até 2050, a produção de alimentos precisa aumentar em 70%, para sermos capazes de alimentar a população mundial. “Não só precisamos ser mais produtivos, mas também criar alimentos mais nutritivos e sustentáveis. O único caminho que vejo é por meio dos dados. Muito do trabalho feito na agricultura hoje toma como base apenas a experiência dos agricultores. Se combinarmos esse conhecimento com dados, poderemos desenvolver algoritmos de IA que tornem o agronegócio mais produtivo. Um campo mais conectado não só fornece dados para o agora, mas ajuda a criar previsões mais efetivas para o futuro.”
“O Brasil, como o restante do mundo, precisa se transformar para chegar ao próximo estágio. O movimento tem sido lento. Muitos países estão usando satélites para recolher dados sobre o agronegócio. Mas essa opção não é acessível e por isso não pode ser aplicada em larga escala. Os governos precisam subsidiar a tecnologia, da mesma forma que fazem com fertilizantes e agricultura. Os órgãos públicos já entendem que esses produtos são necessários para a produtividade do agricultor, mas não perceberam que os dados precisam ser colocados no mesmo pacote”, finaliza.
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