As notícias ruins envolvendo a corretora de criptomoedas Genesis, pertencente ao Digital Currency Group (DCG), parecem não ter fim. Uma reportagem do Financial Times publicada nesta quinta-feira (12) revelou que a empresa deve mais de US$ 3 bilhões (R$ 15,4 bilhões) a seus credores. Para tentar ajudar a sua subsidiária, o conglomerado de Barry Silbert está avaliando vender ativos de seu portfólio de empreendimentos.
O grupo possui hoje participações de capital de risco, que incluem 200 projetos relacionados a ativos digitais, tais como exchanges, empresas de custódia e bancos. As participações, em mais de 35 países, valem cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões), segundo fontes ouvidas pelo Financial Times.
Genesis entra em crise após colapso da FTX
A Genesis era uma das maiores empresas de empréstimos de criptomoedas do mercado, mas foi fortemente impactada pelo colapso da FTX, que entrou com pedido de recuperação judicial em novembro do ano passado. No mesmo mês, a Genesis suspendeu os saques dos clientes, citando a “turbulência sem precedentes da FTX” que resultou em “solicitações de retirada anormais que excederam a liquidez” da empresa.
Essa suspensão de saques afetou a exchange Gemini, que tinha parceria com a Genesis no programa de empréstimos Earn. Desde então, o cofundador da Gemini, Cameron Winklevoss, acusa Barry Silbert, do DCG, de má-fé e de não colaborar para resolver o problema. De acordo com Winklevoss, a Genesis deve aos clientes da Gemini US$ 900 milhões (R$ 4,6 bilhões). Nesta semana, a Gemini encerrou o acordo com a Genesis, acabou com o programa Earn e pediu a saída de Silbert do DCG.
Enquanto isso, a Genesis demitiu 30% de sua força de trabalho e cogitou entrar com pedido de proteção contra falência, segundo o Wall Street Journal. A empresa contratou o banco de investimentos Moelis & Co., ainda no ano passado, a fim de avaliar suas opções. No entanto, as negociações para financiamento até agora não se concretizaram.
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De acordo com um porta-voz da Genesis, a empresa está trabalhando com seus consultores “para preservar os ativos dos clientes e levar o negócio adiante”. Sobre as demissões em massa, a Genesis afirmou:
“À medida que continuamos a enfrentar desafios sem precedentes da indústria, a Genesis tomou a difícil decisão de reduzir nosso número de funcionários globalmente. Essas medidas fazem parte de nossos esforços contínuos para levar nossos negócios adiante.”
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DCG sofre com inverno cripto
Como dito, a Genesis pertence ao DCG, que também opera a gestora Grayscale Investments, o portal de notícias CoinDesk, a empresa de mineração e apostas Foundry, entre outras empresas. Há poucos dias, o DCG informou que encerrou as atividades da sua empresa de gestão de patrimônio HQ. A HG geria capital para empreendedores e investidores, com mais de US$ 3,5 bilhões (R$ 18,5 bilhões) em ativos sob gestão.
Fundada em 2015 por Silbert, o DCG foi avaliado em US$ 10 bilhões em 2021 e apoiado por investidores de primeira linha como, por exemplo, o SoftBank, o Ribbit Capital e o braço de risco da Alphabet, CapitalG.