Após troca de farpas e acusações no Twitter, a exchange de criptomoedas dos irmãos Winklevoss, a Gemini, encerrou seu contrato com a empresa de criptomoedas problemática Genesis, que pertence ao Digital Currency Group (DCG) de Barry Silbert.
Como consequência disso, a Gemini teve que encerrar o produto de empréstimos Earn, que enfrentava problemas desde que a Genesis suspendeu saques e empréstimos em novembro do ano passado.
O anúncio sobre o fim do programa foi feito pela Gemini em um e-mail aos clientes. Na carta, a empresa informou que está rescindindo os contratos de empréstimo com a Genesis Global Capital à medida que encerra seu programa Earn. De acordo com a Gemini, a prioridade agora será devolver os fundos dos clientes e operar “com a máxima urgência”.
“Estamos escrevendo para informar que a Gemini – atuando como agente em seu nome – rescindiu o Contrato de Empréstimo Principal (MLA) entre você e a Genesis Global Capital, LLC (Genesis), com vigência a partir de 8 de janeiro de 2023”, diz o email. “Isso encerra oficialmente o Earn Program e exige que a Genesis devolva todos os ativos pendentes no programa.”
Além disso, a Gemini destacou que os pedidos de resgate existentes e a sua capacidade de buscar uma solução não foram afetados. A empresa prometeu ainda fornecer atualizações semanais “até que uma resolução seja alcançada”.
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Genesis x Gemini
A Genesis, por sua vez, divulgou uma nota afirmando que “não concorda com tudo o que a Gemini disse”. A empresa disse ainda que ficou “desapontada com o fato de a Gemini estar realizando uma campanha pública na mídia, apesar do contínuo diálogo privado produtivo entre as partes”.
“Este é um processo muito complexo que levará algum tempo adicional. Mas estamos comprometidos em agir o mais rápido possível”, completou a Genesis.
Os usuários do programa Gemini Earn não conseguem acessar os fundos em suas contas há quase dois meses. Em 16 de novembro de 2022, conforme noticiou o CriptoFácil, a Gemini suspendeu saques citando as condições de mercado resultantes do colapso da FTX e do fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC).
Conforme informou a empresa, a inadimplência da 3AC impactou de forma negativa a sua liquidez. E, embora tenha se reforçado, o colapso da FTX provocou um nível de saques que excedeu a liquidez da Genesis mais uma vez.
Após a Genesis informar sobre a paralisação de retiradas, a Gemini se pronunciou em nota, dizendo que o seu programa Earn, parceria com a Genesis, não seria “capaz de atender aos resgates de clientes dentro do contrato de nível de serviço de cinco dias úteis”.
Winklevoss acusa Silbert de má-fé e pede sua saída do DCG
Em janeiro, Cameron Winklevoss, cofundador da Gemini, acusou publicamente Barry Silbert do DCG, dono da Genesis, de agir de má-fé na resolução dos problemas. Em uma carta aberta, Winklevoss disse que a Genesis deve US$ 900 milhões aos clientes da Gemini.
Além disso, ele afirmou que tentou chegar a uma resolução consensual com Silbert para o pagamento do valor devido. Contudo, ficou claro que ele estava “engajado em táticas de má-fé”. Winklevoss também deu até 8 de janeiro para Silbert resolver o problema junto à Gemini. Mas, ao que parece, isso não aconteceu.
Então, na terça-feira (10), Winklevoss publicou uma nova carta pedindo a saída de Silbert do DCG. Winklevoss pediu ao conselho do DCG para remover Silbert do cargo de CEO. Como razão, ele citou a incapacidade do CEO de encontrar uma resolução justa com os credores da Genesis.
O DCG respondeu, dizendo que “este é outro golpe publicitário desesperado e não construtivo de Cameron para desviar a culpa de si mesmo e de Gemini, que são os únicos responsáveis pela operação do Gemini Earn e pelo marketing do programa para seus clientes.”