No sábado, 29 de fevereiro, a NBC News informou que o secretário de Estado da Virgínia Ocidental, Mac Warner, anunciou que os eleitores com deficiência e no exterior não poderão mais utilizar o aplicativo de votação em blockchain Voatz durante as primárias no estado. Em vez disso, eles terão que usar um serviço do Democracy Live, que permite aos usuários preencher uma cédula on-line e devolvê-la por correio.
A Virgínia Ocidental testou o aplicativo da Voatz durante as eleições gerais do ano passado e introduziu uma legislação para seu uso no início de fevereiro, exigindo uma opção de votação eletrônica para municípios do estado. A NBC também disse que um acordo entre a Voatz e o estado indicava que a empresa de aplicativos forneceria seus serviços para votação em 2020.
No entanto, parece que a confiança da Virgínia Ocidental na tecnologia foi abalada por três estudos. O primeiro foi realizado em outubro por Nir Kshetri, professor de administração da Universidade da Carolina do Norte. Conforme relatou o CriptoFácil na ocasião, o professor destacou que o Voatz é difícil de auditar e tem vulnerabilidades contra ataques de hackers.
Os outros dois estudos foram realizados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e do Departamento de Segurança Nacional (DHS) publicados em meados de fevereiro. Ambos constataram que o aplicativo Voatz e seus processos internos tinham várias vulnerabilidades de segurança que poderiam levar a hackers alterar as cédulas e revelar as identidades dos eleitores.
A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura do DHS (CISA), no entanto, determinou que o Voatz não tinha “ameaças ativas” em sua rede durante a operação de uma semana para as eleições intermediárias dos EUA em setembro de 2019. A Voatz disse que desde então tratou das recomendações fornecidas pelo DHS.
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Um auditor eleitoral que supervisionou a implantação do sistema no Condado de Utah, disse que pelo menos alguns dos erros encontrados pelos pesquisadores do MIT não podem ser identificados na prática.
“Se o público não quer, ou é cético a ponto de não confiar nos resultados, temos que levar isso em consideração”, disse Donald Kersey, consultor geral do secretário de Estado da Virgínia Ocidental, justificando o fim do uso do aplicativo.
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