Nir Kshetri, professor de administração da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, sugeriu que antes que a votação baseada em blockchain possa ser considerada segura e confiável, algumas questões importantes devem ser resolvidas, conforme reportado pela agência de notícias Cointelegraph.
Em um artigo publicado recentemente, Kshetri afirma que “testes em pequena escala executados até agora identificaram problemas e vulnerabilidades nos sistemas digitais e nos procedimentos administrativos do governo” que devem ser resolvidos antes da adoção da tecnologia.
Difícil de auditar
De acordo com o relatório, esses sistemas precisam verificar a identidade dos eleitores – geralmente analisando uma foto ou vídeo em retrato com o software de reconhecimento facial. Segundo Kshetri, os tokens de votação contemporâneos são anônimos e não podem ser usados para rastrear a identidade de ninguém. Ele também observou que muitos dos testes anteriores envolviam cédulas informais, como projetos comunitários e grupos de estudantes do governo.
Kshetri também expressou preocupação de que “mesmo os especialistas não têm como identificar todas as irregularidades possíveis na votação on-line”. Por outro lado, ele ressalta que a votação em papel é bem compreendida e fácil de verificar e auditar.
Uma questão importante é a verificação de identidade, pois várias chaves seguras exigem grandes quantidades de poder de computação para verificação. Por esse motivo, por exemplo, as chaves inicialmente atribuídas foram fáceis de invadir durante as últimas eleições em Moscou, na Rússia.
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Os especialistas também temem que os dispositivos usados para votar possam ser comprometidos ou que os sistemas de reconhecimento facial possam cometer erros ou serem ludibriados por hackers. Por fim, sistemas proprietários como o desenvolvido pela startup de votação em blockchain Voatz não permitem verificar se os votos foram expressos com precisão.
Testando em pequena escala
Dito isto, em novembro de 2018, vários oficiais eleitorais nos Estados Unidos permitiram que membros das forças armadas localizados no exterior votassem eletronicamente. No mesmo mês, 144 eleitores que vivem no exterior foram aprovados pelas autoridades da Virgínia Ocidental para votar em 31 países diferentes por meio de um aplicativo desenvolvido pela Voatz.
O Estado planeja continuar e expandir o julgamento nas eleições presidenciais de 2020. Além disso, 119 eleitores no exterior usaram o sistema da Voatz para votar durante as eleições primárias municipais de Denver, em maio.
O último – e maior – exemplo de teste de votação em blockchain fornecido pelo artigo é o ocorrido no início de setembro durante as eleições para o conselho da cidade em Moscou, na Rússia. Dito isto, dos 20 distritos eleitorais da cidade, apenas três permitiram que os usuários votassem pela Internet por questões de segurança.
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