A guerra contra as exchanges e bancos pró-criptomoedas não acabou, mas os Estados Unidos já escolheram um novo “inimigo”: as finanças descentralizadas (DeFi).
De acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento do Tesouro nesta quinta-feira (6), os protocolos DeFi se tornaram a nova ameaça. De acordo com o governo estadunidense, o setor é o epicentro de hackers, invasores de ransomware, ladrões e golpistas norte-coreanos.
O Tesouro afirmou também que hackers utilizam protocolos DeFi para transferir e lavar o dinheiro de suas atividades ilegais. Dessa forma, as autoridades disseram que precisam regulamentar o setor e colocá-lo dentro das leis dos EUA.
DeFi: a nova ameaça
Conforme mostram os dados de uma nova avaliação de risco do Tesouro sobre DeFi, o setor também carece de regulamentação. Além disso, os criminosos estão aproveitando as brechas na regulamentação e aplicação de leis antilavagem de dinheiro (AML) e financiamento do terrorismo nos EUA.
Por causa dessas brechas, os hackers conseguem utilizar os protocolos para roubar e lavar fundos. Afinal, a maioria dos protocolos DeFi não conta com processos de verificação de identidade, como o famoso KYC (Conheça Seu Cliente).
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Em suma, o relatório de 39 páginas conclui que DeFi oferece o potencial mais significativo de envolvimento em atividades financeiras ilegais. O documento reforça ainda a necessidade de estender as regras de KYC e combate a lavagem de dinheiro a todos os protocolos.
O subsecretário de Terrorismo e Inteligência Financeira do Tesouro, Brian Nelson, foi citado como tendo dito:
“Nossa avaliação conclui que atores ilícitos, incluindo criminosos, golpistas e cibercriminosos norte-coreanos, por exemplo, estão usando serviços DeFi no processo de lavagem de fundos ilícitos.”
Enquadrados nas regras dos EUA
O relatório recomenda, então, que o governo dos EUA aperte a sua supervisão regulatória e considere oferecer mais orientações para o “setor privado” sobre verificações de conformidade para serviços de DeFi. Isso terá como resultado a diminuição do risco que esses protocolos oferecem. As conclusões do documento pedem certas revisões na legislação, bem como sugerem que o governo estenda as regras a mais protocolos.
O relatório chega num momento em que o governo de Joe Biden está propondo uma estrutura regulatória mais abrangente para as criptomoedas e DeFi e outras formas de pagamento facilitadas pelo uso da tecnologia blockchain.
Em setembro, o governo emitiu uma diretiva para prosseguir com investigações e medidas de execução contra condutas ilegais – pedindo à Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e outros reguladores que fizessem o mesmo.
Há pouco tempo, a SEC começou a fechar o cerco contra as plataformas de cripto, com destaque para as exchanges. O regulador chegou, até mesmo, a encerrar as atividades de algumas empresas. Além disso, a Coinbase e a Kraken precisaram cancelar produtos que não estavam aprovados pelos regulamentos dos EUA.
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