A Superintendência de Bancos (Sudeban) e a Superintendência de Criptoativos (Sunacrip) da Venezuela apertaram o cerco contra as criptomoedas. Isso porque esses órgãos passarão a supervisionar “em tempo real” as operações bancárias relacionadas ao Bitcoin (BTC) e aos criptoativos.
A Sudeban, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda venezuelano, indicou que irá criar mecanismos para monitorar os criptoativos. De acordo com a superintendência, essa medida regulatória se origina de supostas “práticas irregulares” na economia do país. “Práticas que atacam o bolívar venezuelano e a estabilidade do mercado de câmbio”, diz a Sudeban.
O órgão não listou quais são essas práticas, mas elas podem ter a ver com o preço do dólar paralelo. Assim como em outros países, na Venezuela, esse indicador está acima da taxa estabelecida pelo Banco Central da Venezuela (BCV).
Em 12 de dezembro, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu a seus seguidores que “combatessem” o paralelismo no preço do dólar. Além disso, no dia 16 de dezembro, a Sudeban procedeu a uma fiscalização das entidades financeiras, “para evitar distorções na cotação do dólar na economia nacional”.
Venezuela monitora cripto
Em meio a essa “luta” da Sudeban contra o dólar paralelo, destaca-se a inclusão da Sunacrip para vigilância “em tempo real” das operações. Embora o comunicado não esclareça como isso irá ocorrer, ele demonstra que os criptoativos seguem com forte inserção no país.
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Não há dados oficiais sobre o assunto, mas a Chainalysis estima que as stablecoins já ocupam 30% de todo o comércio varejista na Venezuela. Isso significa que uma parte significativa do comércio varejista no país ocorre com a troca de stablecoins por bolívares.
Antes do anúncio recente, devido à intervenção dos bancos nas exchanges de criptomoedas, mais de 75 casos de bloqueio de contas bancárias ocorreram no país em 2022. Recentemente, o escritório de advocacia LegalRocks afirma ter respondido às reclamações de pessoas físicas e jurídicas cujas contas bancárias foram suspensas por estarem relacionadas a criptoativos.
“Esses bloqueios e investigações bancárias contra usuários datam de meses atrás. Portanto, é provável que as suspensões continuem a ocorrer no curto prazo , agora que tudo parece apontar para uma maior vigilância por parte das entidades reguladoras venezuelanas”, destacou Jesus Herrera.