E a taxa de juros brasileira alcançou mais uma mínima histórica. Em seu quarto corte de juros em 2019, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros da economia para 4,5% ao ano, o menor patamar em toda a história.
Os motivos alegados pelo Copom para fazer o novo corte foram a inflação controlada, visto que o IPCA (índice oficial que mede a inflação do país) está em 3,7% no acumulado de 12 meses até novembro; e o andamento das reformas estruturais feitas pelo governo e pelo Congresso. No entanto, o órgão destacou a necessidade de maior rapidez nas reformas para que a taxa de juros siga em queda.
“O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, diz o comunicado da decisão.
Como a queda da taxa Selic impacta os investimentos?
Poupança
A aplicação financeira mais popular do país é a que mais sente os efeitos no corte de juros. Isso porque, de acordo com o site do Banco Central (Bacen), a remuneração da caderneta de poupança funciona da seguinte forma: 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5% (o que dá uma média de 6% ao ano); ou 70% da taxa Selic ao ano, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%.
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Com a Selic a 4,5%, a rentabilidade estimada da poupança ficará em torno de 3,15% ao ano, ou 0,26% ao mês. Porém, com um IPCA em 3,7%, isso significa uma rentabilidade de -0,55% ao ano. Isso mesmo, a poupança passa a ter juro real negativo, algo presente apenas em aplicações de países europeus mais seguros.
Se a frase “poupança não é um investimento” já virou um clichê no mercado financeiro, agora ela é mais justificável do que nunca. Deixar seu dinheiro parado na caderneta não lhe dará mais um retorno financeiro mísero: tal atitude fará você perder dinheiro.
Outras aplicações de renda fixa, como fundos, títulos do Tesouro, CDBs, também passam a ser menos atrativos em termos de rentabilidade, especialmente pelo fato de terem a cobrança de imposto de renda (algo do qual a poupança é isenta). O investidor que deseja obter maiores retornos com a renda fixa deverá se expor a títulos que paguem rendimentos maiores, mas que oferecem riscos maiores.
Os maiores beneficiados
Se a poupança e outras formas de renda fixa perdem cada vez mais espaço, a renda variável é a principal beneficiada da nova (e inédita) realidade dos juros baixos no Brasil. Não é coincidência que o índice Ibovespa esteja em suas máximas históricas, ultrapassando os 110 mil pontos, nem que, pela primeira vez na história, o número de CPFs cadastrados na bolsa tenha ultrapassado a marca de 1 milhão.
Ativos como ações, fundos imobiliários, fundos de índices (ETFs) oferecem mais riscos do que a renda fixa. Em compensação, seus retornos tendem a ser muito maiores e mais diversificados. Esses ativos não geram valor apenas com a sua valorização, mas sim pelos dividendos que as empresas pagam aos acionistas – cujas taxas tornam-se mais atrativas a medida que a Selic cai e os lucros das empresas aumentam.
E quem acredita que as ações estão muitos caras ou que o mercado está em uma bolha tende a procurar ativos mais alternativos, como o ouro e os criptoativos, por exemplo. Nesse caso, o Bitcoin tende a sair como grande beneficiário: apenas em 2019, a valorização do criptoativo superou os 100%.
Por ser um investimento acessível (qualquer pessoa pode adquirir qualquer valor em Bitcoin), livre de influências políticas ou monetárias, o Bitcoin tende a atrair parte desse capital que busca maiores retornos. E o histórico de retornos do Bitcoin pode ser um atrativo a mais para os investidores que buscam retornos maiores em seus portfólios.
A nova realidade
Com uma nova realidade de juros baixos, a diversificação ganha cada vez mais importância em um portfólio cujo objetivo é a valorização no curto prazo. E os criptoativos podem ser uma excelente alternativa em um cenário com taxas cada vez menores e ativos de renda variável perto de suas máximas históricas.
Por isso, se você ainda não conhece sobre Bitcoin, aproveite e conheça o curso Bitcoin Sem Medo. Em quatro módulos, você conhecerá tudo sobre criptomoedas e terá as ferramentas necessárias para tornar-se um verdadeiro investidor. Acesse o curso e confira.
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