Os operadores da Indeal, empresa que oferecia investimento com criptomoedas na região Sul do Brasil, movimentaram mais de R$1 bilhão, segundo informações da Polícia Federal que investiga o caso e prendeu, nesta semana, pessoas ligadas à companhia. A PF revelou também que embora a empresa prometesse pagar rendimentos por operações com Bitcoin e criptoativos, grande parte dos recursos eram aplicados em operações de Renda Fixa, com rendimentos abaixo de 1% e muito aquém das promessas de rentabilidade anunciadas pelos operadores.
Durante uma coletiva de imprensa ocorrida nesta semana, o Delegado da Polícia Federal Eduardo Dalmolin Bollis, responsável pela investigação, destacou também que os recursos depositados pelos usuários eram usados para aquisição de bens pessoais dos operadores da suposta pirâmide. Estes bens, como imóveis e jóias, “engrossaram” a fortuna de alguns sócios que passaram a ter mais de R$30 milhões em patrimônio. No entanto, a mudança de status repentina dos sócios e as promessas de lucro fácil para os investidores chamaram a atenção das autoridades que passaram a investigar a empresa.
As investigações da PF começaram ainda em 2018 e tiveram a participação da Polícia Civil e a colaboração da Receita Federal. A operação, que passou a ser chamada de Egypto, envolveu uma série de agentes, recolhimento de documentos, quebra de sigilo bancário, bloqueio de ativos, monitoramento dos suspeitos, entre outras ações para fundamentar o inquérito. Ainda segundo a coletiva, os investigadores garantiram que o trabalho continuará com mais empresas e pessoas na lista.
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