A Polícia e a Receita Federal do Brasil deflagram, nesta manhã desta terça-feira, 21 de maio, a Operação Egypto, que investiga a Indeal, empresa que prometia altos rendimentos com criptomoedas e operava sem a autorização do Banco Central ou da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM). A ação está sendo realizada com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e conta com um total de 150 agentes, cumprindo cerca de dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em diversas cidades do estado gaúcho e também em São Paulo.
Segundo informações da própria PF, além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo. De acordo com reportagem do jornal NH, o inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação da empresa com sede em Novo Hamburgo, que estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento no mercado de criptomoedas.
Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de R$100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.
O procurador Celso Três, que coordenou a investigação pelo Ministério Público Federal, alerta que além da empresa do Vale do Sinos, outras estão sendo investigadas.
“Existem outras atuando à mercê da ganância das pessoas”, disse.
A reportagem destaca que além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas. A operação foi denominada Egypto pela similaridade dessa palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.
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